Safra catarinense de mel 2019/20 chega a 7,5 mil toneladas e supera anos anteriores

Publicado em 16/07/2020 11:02
Santa Catarina produziu 7,5 mil toneladas de mel na safra 2019/20, volume acima da média estadual, que é de 6,5 mil toneladas. Poucas chuvas e a safra do mel de melato da bracatinga, que é colhida a cada dois anos, foram os fatores que elevaram a produção, explica Rodrigo Durieux da Cunha, chefe da divisão de estudos apícolas da Epagri

O levantamento, feito em parceria pela Epagri e Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina (Faasc), mostra um crescimento de cerca de duas mil toneladas em relação aos últimos dois anos. Na safra 2017/18 o Estado produziu 5,5 mil toneladas de mel e no ciclo agrícola 2018/19 foram colhidas 5,8 mil toneladas do alimento. Os números recentes só não são maiores dos que os da supersafra 2016/17, quando foram produzidas 8,2 mil toneladas de mel no território catarinense.

O censo agropecuário 2017 do IBGE aponta cerca de 17 mil estabelecimentos agropecuários com apicultura no Estado e 300 mil colmeias. “A apicultura é uma ótima oportunidade de renda para a agricultura familiar devido à possibilidade de conciliar com outras atividades. As condições de clima e a abundancia e variedade de flora apícola em Santa Catarina também favorecem”, descreve Rodrigo.

Produtividade

Santa Catarina se coloca normalmente entre o terceiro ou quarto maior produtor de mel do Brasil, mas os destaques do produto catarinense são a qualidade e a produtividade. O alimento já foi classificado seis vezes entre os melhores do mundo. A tecnologia e acompanhamento técnico promovidos pela Epagri são fatores fundamentais nesse resultado e também ajudam a impulsionar a produtividade. Santa Catarina produz 68 quilos por quilômetro quadrado de mel ao ano, número muito superior ao da média nacional, que é de 5 kg/km²/ano.

Em 2019 a Epagri atendeu 5.991 famílias apicultoras catarinenses e 182 entidades ligadas ao tema. Naquele ano, foram distribuídos pela Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural (SAR), através da Epagri, 392 kits apicultura, que beneficiaram 378 apicultores. Também em projeto da SAR executado pela Epagri 2.717 abelhas rainhas foram entregues a 66 produtores no ano passado. “Esses são exemplos de como a Epagri atua fortemente junto aos apicultores, disseminando tecnologias em cursos, reuniões, visitas e outras atividades, e também distribuindo implementos que possam incrementar a produção”, relata Rodrigo.

Embora o mel seja o produto mais famoso resultante das colmeias, o maior impacto econômico da apicultura catarinense está no ganho de produtividade da maçã, pera, ameixa e outras culturas, pelo trabalho de polinização das abelhas. Segundo o levantamento mais recente feito pela Faasc, em 2014 foram alugadas em Santa Catarina aproximadamente 45 mil colmeias para serviço de polinização em pomares de macieira. Criar abelhas também se destina à produção de própolis, pólen, geleia real e apitoxina, produtos que servem de matéria-prima para as indústrias farmacêutica, alimentícia e cosmética.

Biodiversidade

As abelhas também prestam importante serviço na manutenção da biodiversidade, visto que que são responsáveis pela polinização de aproximadamente 73% das plantas no mundo. Nesse “serviço” destacam-se as abelhas nativas sem ferrão. A meliponicultura, que é a criação racional de abelhas sem ferrão, vem se popularizando na agricultura familiar catarinense.

De acordo com levantamento feito pela Epagri e Faasc, em 2019 aproximadamente 6 mil famílias rurais de Santa Catarina tinham na meliponicultura uma fonte de renda complementar. Esses pequenos animais produzem cera, própolis e mel com propriedades medicinais e cosméticas surpreendentes. A maior parte da produção fica nas propriedades, para consumo das famílias rurais. Contudo, a multiplicação racional e venda das colônias vem se tornando alternativa de renda no campo.

As abelhas sem ferrão são animais dóceis, que não costumam atacar pessoas, o que permite sua criação também nos meios urbano e periurbanos. Muitos meliponicultores praticam a atividade com o objetivo de preservação e multiplicação das espécies, visando o restabelecimento das populações, o que também auxilia no equilíbrio dos ecossistemas. Um serviço impossível de mensurar na frieza dos números.

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Epagri

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