Nova CEO da Divisão Agrícola da Bayer quer mais diálogo em polêmicas ambientais
A nova líder da Divisão Agrícola da Bayer no Brasil, a agrônoma Malu Nachreiner , tem um histórico de mais de 15 anos na empresa, iniciando como estagiária e atuando nas áreas de vendas, operações comerciais e marketing. Ela assume a posição de Gerhard Bohne, que deixa a Bayer após 34 anos de casa.
Na coletiva de imprensa, realizada na última quinta- feira (24) Malu Nachreiner foi submetida a uma série de questionamentos sobre os mais diversos assuntos, desde a posição da mulher no mercado de trabalho até temas mais delicados como sustentabilidade no agro e preservação ambiental. A executiva deixou claro o que pensa e como deve ser a gestão dela a frente da Divisão Agrícola da Bayer, setor mais relevante da empresa em faturamento no Brasil e na América Latina.

Foto: Banco de Imagens da Bayer
Confirmou sua conexão com os pilares tradicionais de atuação da empresa como sustentabilidade, inovação e transformação digital e adicionou a discussão questões relacionadas a diversidade e educação.
Ao ser questionada sobre o polêmico programa de seleção de trainees, exclusivo para profissionais negros, ela explicou que a decisão não foi tomada do dia para a noite e que apesar de todo debate gerado, mais importante do que promover a diversidade é fazer a inclusão.
Sobre participação da empresa no processo de informação e educação, do produtor ao consumidor, Malu Nachreiner afirmou que a fase dos movimentos já passou e agora é preciso mais ação efetiva. Reforçou que a Bayer tem programas em andamento com a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) e Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos), além de cooperação com órgãos de pesquisa e educação como a Embrapa e universidades.
Sustentabilidade
No quesito sustentabilidade a Bayer trabalha num projeto piloto que visa neutralizar as emissões de carbono através de boas práticas agrícolas nas propriedades rurais. Segundo a executiva, o “Carbono Mais” deve iniciar no próximo ano e alcançar mil agricultores no Brasil e nos Estados Unidos. "Esse projeto consiste em definir as melhores práticas agrícolas, o padrão de gestão das áreas em produção e fazer com que o agricultor, além de boa produtividade, também possa gerar um saldo positivo de carbono". No Brasil, para viabilizar o projeto, a Bayer já fechou parceria com a Embrapa ( Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) .
Tecnologia
Para a executiva, o agronegócio passa por uma mudança considerável, com produtores e empresas ligadas ao setor experimentando novas ferramentas tecnológicas. "Estamos em uma fase de aprendizado, mas é um caminho sem volta, que só vai acelerar".
Malu destaca que apesar das dimensões continentais do país e muitas áreas ainda sem cobertura digital, o produtor brasileiro já está preparado para atuar no agro 4.0.
Questões Ambientais
A questão ambiental foi um dos temas mais discutidos durante a hora e meia de conversa entre os jornalistas e a executiva. Foco voltado para a visão e ação da empresa em relação a um dos grandes dilemas da agropecuária brasileira; como avalizar e divulgar todo o trabalho que já vem desenvolvido pelo setor em relação a produção sustentável praticada pelos agricultores. Malu defende o Código Florestal como ferramenta importante para os debates. “O nosso Código Florestal é um dos mais rigorosos do mundo e é nele que devemos focar”, reforçou a executiva.
Sobre as críticas crescentes em relação ao volume de defensivos agrícolas utilizado na produção, Malu defendeu a ampliação das discussões entre o agro e a sociedade.
Ela lembrou que a Bayer vem trabalhando para diferenciar o bom do mau profissional. “ Produtor que está na ilegalidade não é o parceiro que a Bayer quer”. Segundo a executiva, a área de barter da empresa (operação de troca) tem atuado para evitar que produtores rurais que desmatam ou que estejam em situações irregulares façam negócios com a companhia.
Malu Nachreiner também contou que a Bayer integra a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, um movimento multisetorial, que reúne cerca de 200 representantes do agronegócio, terceiro setor e academia. Recentemente a entidade entregou ao governo brasileiro um documento com 6 medidas , que de acordo com a Coalização poderiam reduzir de forma permanente o desmatamento, especialmente na Amazônia Legal.
A mobilização gerou reação da classe produtora que não se sentiu representada pelo movimento. Nesta sexta-feira ( 25) a Aprosoja ( Associação dos Produtores de Soja e Milho) se desfiliou da ABAG (A Associação Brasileira do Agronegócio), alegando em comunicado oficial que os interesses e objetivos da Aprosoja Brasil e da ABAG não são mais convergentes.
Ao ser perguntada como a Bayer acompanha essa polêmica que envolve seu principal cliente ( o produtor rural), Malu foi diplomática e se mostrou favorável ao restabelecimento do diálogo entre as partes. Ela defendeu que mesmo que os produtores não queiram participar da Coalização, é preciso que as conversas sejam retomadas a fim de encontrar um solução comum para o problema.
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