Mercados sobem no último dia de eleições nos EUA; ganhos da soja passam de 1% na CBOT

Publicado em 03/11/2020 12:40 e atualizado em 03/11/2020 15:36

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O processo eleitoral norte-americano se encerra nesta terça-feira (3). Hoje é o último dia de votação nos EUA de uma corrida presencial bastante tensa, imprevisível e que já registra recorde de votos - já que no país a prática não é obrigatória - e com o resultado podendo ser divulgado em, pelo menos, 15 dias. Enquanto isso, tanto nos EUA, quanto no Brasil, representantes do agronegócio acompanham as notícias com atenção e olho vivo para entender como serão os cenários daqui em diante da perspectiva do próximo governante da maior economia do mundo. 

A imprevisibilidade se dá pela complexidade do sistema eleitoral norte-americano. A maior parte dos institutos de pesquisa do país sinalizam a vitória do democrata do Joe Biden, assim como fizeram nas eleições de 2016, mostrando a eleição de Hillary Clinton, que acabou perdendo para Donald Trump pelo número de delegados. 

Segundo explica Matheus Pereira, diretor da PÁTRIA Agronegócios, o resultado da eleição presidencial dos EUA deve se dar sob cinco principais pilares este ano sendo a vailidade das pesquisas; o empenho dos candidatos - bastante focados em garantir a adesão de seus eleitores ao voto -; a revolta dos eleitores em relação ao coronavírus; o viés do julgamento do pesquisado e a percepção sobre a melhora de qualidade de vida. 

"É um fato que Donald Trump tem trabalhado mais na campanha do que seu adversário. Isso não é determinante, mas que causa mais fervor entre seu eleitorado", diz Pereira. "As pessoas realmente mentem em pesquisas de opinião por medo da reação de quem vê a intenção sendo publicado. Assim, quando as pesquisas foram feitas perguntando aos cidadãos norte-americanos em quem seus vizinhos votariam, Trump teria uma vitória esmagadora. A própria pesquisa da Fox News mostra uma vitória de Trump de 42% contra 38% de Biden quando a pergunta foi em quem seu vizinho votaria", completa. 

Na análise da PÁTRIA, o candidato republicano sai vitorioso das eleições presidenciais 2020, contrariando, de fato, a maioria das pesquisas, assim como aconteceu há quatro anos.

NO AGRO DOS EUA - PESQUISA DTN THE PROGRESSIVE FARMER

Uma pesquisa realizada pelo DTN / Progressive Farmer Zogby Analytics - feita com 1128 pessoas - mostra que 53% da população rural dos EUA aprovam o trabalho de Donald Trump, incluindo sua postura e medidas adotadas diante da pandemia de Covid-19. A pesquisa mostra ainda que esse apoio que o presidente recebe do campo vem, principalmente, de pessoas com 65 anos ou mais, brancas e casados. 

Da mesma forma, o levantamento mostrou 39% dos entrevistados afirmaram que a agricultura está pior na gestão Trump se comparada há quatro anos, enquanto 23% apontam que está melhor. Os resultados apontaram ainda 62% apontam a força da economia como prioridade; 48% a saúde e 39% citaram o direito ao armamento e a Segunda Emenda. A economia é priorizada pela maioria que se identifica como republicana. 

A pesquisa apontou ainda que 57% dos produtores rurais entrevistados afirmam que o foco de Trump na agricultura norte-americana favoreceram suas projeções para a o financiamento agrícola e 57% disseram que a Farm Bill de 2018 - uma espécie de plano plurianual para o setor - lhe de mais segurança para suas operações. 

Apesar de todas as consequências e de todos os reflexos causados pela guerra comercial entre China e Estados Unidos - que ainda está em andamento - há boa parte dos representantes do agronegócio norte-americano que acreditam na necessidade da disputa para que a competitividade do país pudesse ser reestabelecidade diante da nação asiática. 

"Tínhamos que começar de algum lugar. Passamos por alguns momentos dolorosos, mas se ninguém estiver disposto a passar por isso, jamais serão resolvidas", diz o produtor rural de Kentucky, Darren Grogan, ao portal americano DTN. Não diferente, da mesma forma a maior parte da população rural apoia os mecanismos e políticas de auxílio aos produtores adotados pelo governo Trump. 

REAÇÃO DOS MERCADOS

Na expectativa das eleições, a terça-feira é positiva para os principais mercados internacionais, com destaque para os grãos negociados na Bolsa de Chicago, liderados pela soja. Os futuros da oleaginosa, por volta de 12h25 (horário de Brasília), subiam entre 11,25 e 14 pontos nos contratos mais negociados - levando o novembro a US$ 10,64 por bushel, enquanto os ganhos do cereal eram de pouco mais de 3 pontos. 

Entre as demais commodities, novamente o destaque se dava no petróleo, com alta de quase 3% na Bolsa de Nova York para o WTI. Os principais índices acionários, seguindo a mesma direção, subiam mais de 2%. Na contramão, o dólar frente ao real registrava perda de 1,43% para ser cotado a R$ 5,66. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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