Live da CNA debate sanidade e manejo de animais aquáticos
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu uma live, na quinta (05), sobre o tema “Sanidade de animais aquáticos – por que é importante controlar seu manejo?”.
O debate foi moderado pelo presidente da Comissão Nacional de Aquicultura da CNA, Eduardo Ono, e contou com a participação da coordenadora de Animais Aquáticos do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura, Valéria S.F. Homem, e do médico veterinário e professor de Sanidade de Animais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Henrique César Figueiredo.
Eduardo Ono avalia que a aquicultura vem crescendo de forma consistente há mais de uma década no Brasil, mas o surgimento de novas doenças também cresce na atividade.
“É um ambiente desafiador, especialmente para os aquicultores das cadeias de peixes e de camarão. Esses produtores e os técnicos que fazem o acompanhamento desse processo se deparam com muitas dúvidas, dificuldades e situações novas e é um desafio cuidar da saúde desses animais no dia a dia do seu trabalho”, afirmou.
Valéria alertou que existe uma tendência inicial dos produtores investirem em genética, alimentação e instalações acreditando que a questão da saúde é uma consequência, mas o manejo sanitário é fundamental. Segundo ela, a atividade envolve muitos riscos e doenças “silenciosas” podem trazer perdas econômicas difíceis de serem mensuradas.
“Não é só o que perdemos, mas o que estamos deixando de ganhar. Temos um caminho grande e largo a ser trilhado em relação à economia de doenças em sanidade aquícola, mas existem medidas biosseguras que trazem possibilidades exequíveis disso ser combatido”, disse ela.
Na opinião de Henrique, o controle sanitário adequado é fundamental para garantir a rentabilidade e a sustentabilidade do sistema de produção. Segundo ele, os dois focos principais devem ser a diminuição da mortalidade desde a compra até o final da engorda e a garantia de que o peixe produzido terá bom rendimento dentro do frigorífico, com baixa taxa de recusa e refugagem.
“Custo sanitário é custo de produção. Muitas vezes ele não é apreciado ou calculado da maneira correta e isso impacta na lucratividade do sistema. É preciso saber como investir na área sanitária e o que deve ser implementado para que esse custo seja adequado”, declarou.
Em relação aos técnicos, os participantes recomendam a necessidade de qualificação permanente e troca de experiências com especialistas, já que se trata de uma área nova, onde surgem doenças, tipos de manejo e tecnologias com frequência. Outro ponto importante é a relevância que a aquicultura vem ganhando dentro das universidades, com disciplinas específicas sobre a área.
A elaboração de materiais técnicos para a definição de protocolos mais claros é uma das prioridades do Ministério. Segundo Valéria, será lançada em novembro uma série de manuais do Programa Nacional de Sanidade de Animais Aquáticos de Cultivo – “Aquicultura com Sanidade”. As publicações trarão diretrizes para produtores e órgãos estaduais sobre pontos como cadastro do estabelecimento, trânsito nacional e internacional, vigilância, biosseguridade e despesca, entre outros.
0 comentário
IPCF de novembro já é o mais favorável ao agricultor desde abril
Alto Taquari/MT e Alto Garças/MT sofreram com falta de chuvas para as lavouras de soja
Terrus Regeneração apresenta 1ª plataforma para posicionamento de biossoluções baseada na tipologia de argila
Krilltech lança Projeto Biocabruca com apoio da Finep para impulsionar sustentabilidade no cultivo de cacau
Novo marco da pesca propõe regras claras para diferenciar aquicultura e pesca extrativa
Produção de óleo de palma da Malásia chegará a 20 mi t pela primeira vez, diz conselho