Tecnologia de filtragem de efluentes vai ser apresentada pelo IDR no Show Rural

Publicado em 27/11/2020 14:44

Uma tecnologia desenvolvida na Alemanha nos anos de 1970 pode ajudar países emergentes a lidar com um problema sério: a contaminação dos mais diferentes ambientes naturais por efluentes domésticos. Estação de Tratamento de Efluentes por Zona de Raízes foi o tema de treinamento que acaba de ser realizado no parque que em fevereiro receberá a 33ª edição do Show Rural Coopavel.

Técnicos do Instituto de Desenvolvimento Rural e da Itaipu aprenderam mais sobre uma solução capaz de dar significativa contribuição à proteção de solos e águas. Os conteúdos foram repassados pelo biólogo Orlando Assis, mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental  que estuda a contaminação antrópica no meio ambiente por contaminantes emergentes,  principalmente o esgoto doméstico.

Orlando, que é extensionista do IDR, disse que a Estação de Tratamento de Efluentes por Zona de Raízes é uma associação de diferentes mecanismos de filtragem – física, biológica e evapotranspiração. “O sistema é fácil de ser implantado, é barato e atende aos mais rigorosos critérios ambientais. Por isso, esse é um recurso interessante para as propriedades rurais, principalmente às de menor porte”.

A estação recebe todo efluente doméstico e faz o tratamento do esgoto, que então é liberado praticamente sem riscos ao meio ambiente. No meio rural, segundo Orlando, não há nenhuma outra forma eficiente e de baixo custo que trate os dejetos do esgoto doméstico. Até existem, ressalva ele, porém são caros, exigem manutenção e acabam por inviabilizar a operação. Em uma explicação simples, prossegue o biólogo, trata-se de um jardim filtrante que combina filtro físico, que são camadas de pedra brita e areia ao longo de uma profundidade máxima de um metro, e uma estrutura de canos.

A parte inferior faz o despejo do esgoto que entra por uma estrutura de canos no topo da estação, fazendo com que o efluente acabe percolando entre as diferentes camadas de sedimentos. Quando o líquido chega à parte inferior, é conduzido ao meio ambiente já com uma condição muito mais favorável. Isso porque, segundo Orlando, esses efluentes sofrem o ataque microbiológico de diferentes organismos que atuam na zona das raízes dessas plantas por formas de cooperações biológicas. Esses organismos quebram moléculas complexas dos contaminantes que os seres humanos liberam na forma de fezes e urinas.

Adaptação

O Brasil copiou a tecnologia criada e aperfeiçoada pelos alemães. Com as adaptações feitas, o sistema apresenta bons resultados, principalmente em regiões quentes nas quais as plantas que dão suporte ao processo de filtragem se desenvolvem melhor. Conforme Orlando, quanto maior a atividade biológica melhor será o tratamento. A estação nada mais é que um buraco feito no solo com profundidade de até um metro que será impermeabilizado com algum tipo de material, como lona plástica, concreto, parede de tijolos e solo cimento, o que baixa o custo de implantação.

O biológo alerta que é indispensável contar com fossa séptica porque é ali que vai ocorrer a liquidificação dos sólidos por ação bacteriana. Depois que o esgoto passa pela fossa séptica então o líquido é destinado à zona de raízes onde ocorre o tratamento secundário. O filtro da zona de raízes substitui o sumidouro. A limpeza da caixa de gordura, para o bom funcionamento de todo o mecanismo, deve ocorrer com regularidade. O uso de materiais facilmente encontrados e baratos e a simplicidade da tecnologia viabiliza a sua utilização nas mais diferentes regiões

Jardim

Ao mesmo tempo em que presta um imprescindível serviço ao homem e ao meio ambiente, a Estação de Tratamento de Efluentes por Zona de Raízes tem outro apelo interessante. Transforma-se em um jardim com belo apelo ornamental, diz Orlando Assis. As plantas mais indicadas nesse tipo de projeto, entre outras, são copo de leite, cana índica, açucena, estrelícia, lírio do brejo e taboa, que são conhecidas como macrófitas, plantas eficientes no tratamento do esgoto doméstico que se integram bem a locais úmidos.

A tecnologia alemã adaptada à realidade brasileira vai ser apresentada na prática pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná durante a 33ª edição do Show Rural Coopavel, agendada para o período de 1º a 5 de fevereiro, em Cascavel, no Oeste do Paraná. Uma das três maiores mostras de disseminação de novas tecnologias para o campo do mundo, o Show Rural será realizado observando um amplo e cuidadoso plano de contingência. “Serão inúmeras medidas protetivas para os produtores rurais visitarem o evento com segurança”, diz o coordenador geral Rogério Rizzardi. Uma das novidades dessa edição será a sua forte presença do evento nos canais de mídias online.

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Coopavel

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