Rattan Lal e IICA lançam a iniciativa “Solos Vivos das Américas”
O laureado professor Rattan Lal e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) lançam a iniciativa “Solos Vivos das Américas”, com o objetivo de articular esforços públicos e privados no combate à degradação dos solos, um fenômeno que ameaça minar a capacidade de atender, de maneira sustentável, a demanda por alimentos.
Liderada pelo IICA e pelo Centro de Manejo e Sequestro de Carbono (C-MASC) da Universidade Estatal de Ohio, dirigido por Rattan Lal, “Solos Vivos das Américas” é uma ambiciosa iniciativa internacional que vai atuar como ponte entre a ciência, no âmbito das políticas públicas, e o trabalho de desenvolvimento na restauração da saúde do solo nas Américas.
Com esse enfoque e utilizando as melhores práticas de gestão, a cooperação técnica trabalhará com governos, organismos internacionais, universidades, setor privado e organizações da sociedade civil para contribuir para deter processos de degradação da terra e da agricultura que esgotam a matéria orgânica dos solos.
Os solos são um recurso natural fundamental para o desenvolvimento do ser humano e manter a saúde das terras cultivadas atualmente é um dos desafios mais importantes da Agricultura nas Américas.
Neste contexto, o IICA, como organismo especializado no desenvolvimento agropecuário, que deve zelar pelo bem estar das populações rurais das Américas, e o C-MASC, vão apoiar com seu parceiros em temas como formulação de políticas, práticas de manejo da terra, e incentivos para transformar os sistemas agrícolas em ecossistemas que acumulem mais carbono nos solos, abrindo o caminho para a implementação de melhores métodos de gestão e desenvolvimento de políticas públicas e regulações com o objetivo de recuperar a saúde e a qualidade do solo.
“Vamos promover a agricultura de conservação na região. Isso é algo que vai nos ajudar a restabelecer as funções e a saúde do solo. Queremos ver onde é necessário adotar melhores tecnologias, avaliar a taxa de restauração, saber qual é o impacto do carbono nos solos e na produtividade, na sustentabilidade e sobretudo em termos de resiliência a eventos climáticos extremos. Queremos saber quanta energia podemos poupar, como podemos reduzir a pegada ambiental, e também contempla a possibilidade de desenvolver medidas para proteger o solo”, disse Rattan Lal sobre a iniciativa.
“Precisamos de uma agricultura amigável com a natureza, que melhore a eficiência e restaure a saúde dos solos. A produtividade pode aumentar com uma agricultura melhor. Fechar as lacunas de produção com uma agricultura melhor, com mais saúde dos solos, vai permitir produzir mais com menos”, complementou.
“Precisamos aumentar e unir todos os esforços, promovendo a intercooperação e desenvolvendo instâncias de articulação e integração. Essa é a essência e a razão desta iniciativa conjuntas com a Universidade Estatal de Ohio”, disse o diretor-geral do IICA, Manuel Otero.
Do ponto de vista do IICA, a iniciativa permite renovar o compromisso com a saúde do solo para que o setor agropecuário continue sendo no futuro a base da segurança alimentar e nutricional das Américas e do mundo.
Rattan Lal é considerado a maior autoridade mundial em ciências do solo, matéria sobre a qual é professor universitário especializado. Ele é autor de 22 livros e de centenas de artigos publicados em revistas científicas de referência. Foi incluído na lista da Thomson Reuters das mentes científicas mais influentes do mundo (2014-2016). Como integrante do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, foi um dos vencedores do Nobel de Paz em 2007. Em 2020 recebeu o Prêmio Mundial da Alimentação e foi nomeado embaixador de Boa Vontade do IICA.
O Centro de Gestão e Sequestro de Carbono (C-MASC) da Universidade de Ohio é um dos centros de pesquisa líderes no cenário mundial, que proporciona pesquisa integral e interdisciplinar sobre técnicas e tecnologias de gestão e sequestro de carbono terrestre na agricultura e em campos relacionados.

A situação do solo na América Latina e no Caribe
Aproximadamente 49% dos territórios estão expostos à erosão hídrica e cerca de 56% da terra estão afetadas pela degradação química do solo.
Essa degradação, que avança com velocidade, é uma ameaça para a capacidade da América Latina e do Caribe de satisfazer, de maneira sustentável, a demanda alimentar no ritmo atual e projetado para o futuro, com todas as implicações.
A capacidade reduzida dos solos para proporcionar serviços ecossistêmicos, que regulam os ciclos globais de carbono, a água e os nutrientes, gera grande perda econômica e ameaça também a quantidade e a qualidade dos recursos naturais disponíveis para apoiar as atividades socioeconômicas e os meios de vida das populações.
A principal causa da degradação do solo nas regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas da América Latina e do Caribe é a desertificação. Outra causa importante de degradação dos solos é a perda da biodiversidade e desflorestamento.
Esses fenómenos expõem os solos da América Latina e do Caribe à erosão hídrica e à degradação química (salinidade e acidez).
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