Especialistas e trabalhadores rurais manifestam preocupação com a realização do censo agropecuário

Publicado em 25/11/2021 16:26
Redução de pessoal e de recursos financeiros podem prejudicar pesquisa; representante do IBGE garante eficiência

Representantes de trabalhadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e de agricultores familiares, além de pesquisadores, manifestaram preocupação com a redução de pessoal e de recursos financeiros para a realização do censo agropecuário. Em reunião da Comissão de Direitos Humanos da Câmara nesta quinta-feira (25), eles citaram o adiamento da realização do censo demográfico de 2021 para 2022.

O último censo foi concluído em 2017 e tem sido realizado a cada dez anos. Representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares, Arnaldo Brito disse que o censo é importante para acompanhar o movimento de concentração das terras. Quase 1% dos estabelecimentos rurais reúne cerca da metade do total das terras destinadas ao setor agropecuário.

Equipe reduzida
Segundo a diretora do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE, Dione de Oliveira, a instituição está ameaçada. Em 10 anos, quase 40% dos funcionários aposentaram e 50% dos atuais são temporários:

“O nosso trabalho é um trabalho intensivo em conhecimento. Não é apertar um botão de um elevador, não é encher linguiça. Então é algo que você constrói, que você treina, e é uma coisa que vai se acumulando ao longo do tempo”, disse.

O professor de Geografia da Universidade Federal da Paraíba, Marco Antonio Mitidiero Junior, também disse que é um problema a redução de quase 40% das perguntas entre o censo agropecuário de 2006 e o de 2017. Segundo ele, foi retirada uma seção específica sobre agricultura familiar.

Assentados e povos tradicionais
O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, deputado Carlos Veras (PT-PE), sugeriu ao IBGE que inclua no próximo censo os assentados dos programas de reforma agrária e as populações tradicionais nas perguntas:

“O que está em jogo hoje no país é a soberania alimentar. Nós estamos à beira de um desabastecimento. Estão faltando arroz e feijão nas prateleiras de muitos mercados. E olhe que o preço também está muito alto, a carestia, eu nunca vi uma inflação dessa. E só tem produto, arroz, feijão e farinha, na mesa do povo brasileiro, se tiver investimentos e apoio à agricultura familiar”, afirmou.

De acordo com o coordenador de Agropecuária do IBGE Octavio de Oliveira, as perguntas foram reduzidas em 2017 para tornar o questionário mais rápido e eficiente. Para diminuir custos, segundo ele, é possível realizar pesquisas adicionais mais específicas como a de uso de defensivos agrícolas ou verificar os dados já coletados por outros levantamentos como a Pesquisa de Orçamentos Familiares.

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Fonte:
Agência Câmara de Notícias

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