Kremlin diz que Ocidente desencadeou crise alimentar global com sanções

Publicado em 23/05/2022 12:13

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LONDRES (Reuters) - O Kremlin disse nesta segunda-feira que o Ocidente havia desencadeado uma crise alimentar global ao impor as sanções mais severas da história moderna à Rússia por causa da guerra na Ucrânia.

A guerra --e a tentativa do Ocidente de isolar a Rússia como punição-- fez subir o preço dos grãos, do óleo de cozinha, dos fertilizantes e da energia.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse na quarta-feira que estava em intenso contato com a Rússia, Ucrânia, Turquia, Estados Unidos e União Europeia em um esforço para restaurar as exportações de grãos da Ucrânia, à medida que a crise alimentar global se agrava.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que o Kremlin, concordou com a avaliação das Nações Unidas de que o mundo enfrentava uma crise alimentar que poderia causar fome.

"A Rússia sempre foi um exportador de grãos bastante confiável", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov

"Nós não somos a fonte do problema. A fonte do problema que leva à fome no mundo são aqueles que impuseram sanções contra nós, e as próprias sanções."

A Rússia e a Ucrânia juntas são responsáveis por quase um terço do abastecimento mundial de trigo.

A Ucrânia também é um grande exportador de milho, cevada, óleo de girassol e óleo de colza, enquanto a Rússia e Belarus --que apoiou Moscou na guerra e também está sob sanções-- respondem por mais de 40% das exportações globais de potássio, usado em fertilizantes.

As Nações Unidas disseram que 36 países contam com a Rússia e a Ucrânia para mais da metade de suas importações de trigo, incluindo alguns dos mais pobres, entre os quais Líbano, Síria, Iêmen, Somália e República Democrática do Congo.

O Kremlin disse que a Ucrânia havia impossibilitado a navegação comercial ao instalar minas explosivas em suas águas.

A Ucrânia perdeu alguns de seus maiores portos marítimos --incluindo Kherson e Mariupol-- para a ocupação russa, e teme que Moscou possa tentar tomar um terceiro porto, o de Odesa.

Peskov disse que a Rússia não havia impedido a Ucrânia de exportar grãos para a Polônia por via ferroviária --um método muito mais lento-- apesar do fato de o Ocidente estar enviando armas na direção oposta.

Um funcionário da agência de alimentos das Nações Unidas disse há duas semanas que quase 25 milhões de toneladas de grãos estavam presas na Ucrânia devido a desafios de infraestrutura e bloqueio dos portos marítimos.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, acusou a Rússia na quinta-feira de usar alimentos como arma, fazendo "reféns" não só os ucranianos, mas também milhões de pessoas em todo o mundo.

(Reportagem de Guy Faulconbridge)

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Fonte:
Reuters

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