Aplicações com drone rendem até 12 hectares por hora e representam um novo mercado no meio Agro

Publicado em 16/08/2022 08:28
Precisão e maior eficiência nas pulverizações são diferenciais do uso de adjuvantes agrícolas, de acordo com multinacional brasileira do setor

A abrangência do uso de drones pode ser bem maior do que se imagina e, na agricultura, esses equipamentos vêm se destacando e sinalizando um grande potencial de uso. Das 80 mil aeronaves não tripuladas cadastradas em 2021 pela ANAC, a Agência Nacional de Aviação Civil, 1,87% eram destinadas para a agricultura em solo brasileiro. Ferramentas importantes na pulverização e no monitoramento das lavouras, os drones garantem rapidez e precisão nas operações agrícolas. Para se ter uma ideia, um equipamento como esse é capaz de cobrir 12 hectares em uma hora de operação, produção semelhante à de um pulverizador tratorizado de arrasto com tanque de 600 litros. Além de uma grande economia de água para a cobertura da área, há também melhoria na eficácia da pulverização de até 30% mais que a dos tratorizados de arrasto.

Andrea de Figueiredo, diretora de Marketing e Desenvolvimento Técnico da Agrocete, multinacional brasileira que desenvolve adjuvantes agrícolas, reforça que a rapidez vem aliada à precisão, o que é fundamental para o produtor. “Esse tipo de equipamento consegue entregar os insumos de forma bem dirigida e precisa nas plantas. É o que chamamos de efeito downwash, que direciona o produto para baixo, parecido com o de um helicóptero. O volume de calda de um drone é baixíssimo (10-15L/ha), desta forma, a quantidade de solvente (água) é muito menor que em uma aplicação terrestre que temos em média 80-100L/ha.” A representante da Agrocete ressalta também que nos drones não há agitadores como nos pulverizadores terrestres, sendo imprescindível que a calda esteja homogênea e com boa fluidez ao longo do processo de pulverização para otimizar o rendimento operacional do equipamento.

Os drones atuam muito bem como pulverizadores em culturas diversas, como soja, café, milho, eucalipto e até em frutas, como a laranja. Testes feitos numa plantação de batata, pela empresa Agrifoto, com sede em Curitiba/PR, especializada na aplicação de defensivos agrícolas e fertilizantes por meio de drones, apontam um desempenho superior dos produtos. Humberto Gabardo, engenheiro agrônomo e um dos responsáveis pela Agrifoto, elenca muitos benefícios, dentre eles o fato de utilizar um volume ultrabaixo de produto. “Conseguimos diminuir as gotas e a deriva e isso, sem dúvidas, é um ganho enorme durante a aplicação”, explica.

Os benefícios são tantos que já se registra uma tendência de aumento na procura por esses produtos, refletindo o potencial brasileiro para a ampliação do uso de drones na agricultura, o que já é uma realidade em outros países. “Aqui na Agrocete, a previsão é encerrar 2022 com um crescimento de 65% nas vendas dos produtos que compõem a linha de adjuvantes GRAP DAT (DAT = Drone Application Technology), específica para a aplicação com drones. Ela foi lançada em 2020, já com excelente aceitação. Percebemos que o produtor busca cada vez mais alternativas que garantam maior produtividade e eficiência, estando cada vez mais aberto a novas tecnologias”, afirma a diretora.

Desde o lançamento da linha GRAP DAT, a Agrocete vem registrando bons resultados junto às instituições de pesquisas, como a 3M estação experimental, de Ponta Grossa/PR, em que foi analisado o controle de plantas daninhas, que causam forte impacto na redução da produtividade do trigo e de outras lavouras. “Nesse caso, obtivemos melhor controle de daninhas, como Azevém, Nabo e Aveia-preta, com a aplicação do GRAP TECH e do GRAP TECH NR, no trigo, quando comparado à aplicação sem o uso de adjuvantes. É muito interessante ver também que o tratamento sem nenhum controle das daninhas teve uma produtividade 65% inferior ao melhor controle. Ou seja, sem um manejo adequado, que permita o bom desenvolvimento das lavouras, a produtividade de grãos seria de menos da metade, exigindo maior área cultivada para a colheita de uma mesma quantidade de alimento”, reforça Andrea.

O desenvolvimento de adjuvantes especialmente voltados para a aplicação por meio de drones, portanto, direcionados para garantir o melhor desempenho do equipamento, além da vida útil do drone é uma nova necessidade do mercado agrícola, que não existia alguns anos atrás. Essa tese é reforçada por Willem Dijkinga, responsável pela empresa Flying Dutch também especializada na pulverização por meio de drones, com sede em Carambeí/PR. Para ele, a otimização do trabalho é o benefício mais evidente do GRAP SWIFT, produto destinado à limpeza e desinfecção desse tipo de equipamento. “O fato de não precisarmos desmontar o equipamento para limpar permite um ganho de tempo grande entre uma aplicação e outra e a certeza de que o equipamento estará seguro, sem a necessidade de uma manutenção mais direcionada”, explica.

Tendência mundial

O uso de drones na agricultura é uma realidade mundial. Na China, os drones não apenas fazem parte da rotina do agro como foram responsáveis por ajudar a garantir a produtividade das lavouras diante de uma população crescente, mais velha e dependente de alimentos. Estima-se que o país tenha cerca de 100 mil drones voltados para a agricultura de forma estratégica. No Brasil, embora o uso ainda seja tímido, o mercado trabalha com otimismo na ampliação desse sistema e, por isso, investimentos voltados para essa área são externamente bem-vindos. “Estamos trabalhando para trazer novidades na área de tecnologia de aplicação voltadas aos drones”, explica Andrea.

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Agrocete

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

1 comentário

  • Luiz Carlos Alves

    Com certeza, com o drone melhora

    Aplicações, entra logo p aplicar, e não amassa e quebra a soja, ou outras culturas

    0
    • carlo meloni sao paulo - SP

      Mas a principal vantagem é que pessoas não ficam expostas ao veneno

      0