Setor de proteínas animais no RS contabiliza prejuízos após passagem de ciclone

Publicado em 14/07/2023 14:56 e atualizado em 14/07/2023 15:27
Suinocultores e bovinocultores leiteiros tiveram que remanejar animais que estavam em estruturas que desabaram ou foram destelhadas pelo vento

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Com a passagem do ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul, que teve seu pico entre quarta (12) e quinta-feira (13), o setor de proteína animal, assim como outras áreas rurais e urbanas do Estado, também sofreu estragos causados pela chuva e ventania. 

Em contato com a Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado, os estragos ainda estão sendo contabilizados (confira nota oficial abaixo), assim como outras entidades ligadas ao setor de proteína animal afirmam. 

Sobre o setor avícola, a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) se manifestou por meio da assessoria de imprensa, informando que os prejuízos e danos causados estão sendo contabilizados, e que na próxima semana dados mais concretos podem ser informados.

No caso da suinocultura gaúcha, o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, detalha que as regiões Norte e Noroeste do Estado, locais onde há concentração de granjas de suínos, foram afetadas.

“Ainda não temos um número exato, mas houve, sim a destruição de alguns galpões de suínos e também de gado de leite, do tipo free stall. É uma região forte na suinocultura, grande pólo de suinocultura, e pelo que eu tenho de informações, tem alguns pavilhões destelhados, outros de forma mais intensa, praticamente destruídos”, disse.

Folador ainda explica que, no caso da suinocultura, apesar dos estragos, isso não deve afetar de maneira geral a produção do Estado, mas precisou haver um trabalho de realocação de animais em outras granjas que não haviam sido destruídas pela ventania, chuva ou granizo. 

Em Doutor Maurício Cardoso, abrigo de porcos ficou danificado - Foto Divulgação
Em Doutor Maurício Cardoso, abrigo de porcos ficou danificado - Foto Divulgação

Da mesma forma, no caso da bovinocultura de leite, as vacas precisaram ser removidas dos galpões que sofreram estragos e serem levadas para outras propriedades, não apenas pelo abrigo, mas também pelo trabalho de ordenha que é necessário ser feito.

Nacir Penz possui uma propriedade de produção de leite em Humaitá, na região de Celeiro, no Noroeste do Estado, mas que não foi afetada pelo ciclone. Ele, que também é vice-presidente de Finanças da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) relata que cerca de 300 animais naquela área tiveram que ser realocados para outras propriedades.

“Tenho uma dezena de amigos que tiveram suas propriedades atingidas, seja com danos leves ou completamente destruídas. Como a relação com a comunidade é muito grande, estamos correndo para alocar os animais, arrumar alimentos para serem ofertados às vacas, e também para que elas sejam ordenhadas, já que esse trabalho precisa ser feito entre duas a três vezes ao dia. Se a ordenha não for feita, elas podem ficar doentes ou até morrer”, disse.

(Vídeo enviado por Nacir Penz, mostrando a propriedade de um amigo que também é criador de gado leiteiro)

Penz afirma que são prejuízos que vão se estender para os próximos anos, porque são animais de ciclo longo, e se houver inflamação nas glândulas mamárias, não se aproveita o leite. “O prejuízo tem uma herança no futuro”, pontuou.

Sobre prejuízos, o diretor executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS), Darlan Palharini, detalha ainda que “um animal produtivo está avaliado entre R$ 12 a R$ 20 mil reais, e em um momento em que todos os setores do agro estão em crise, seria uma perda significativa. O produtor hoje também precisa colocar em seus custos estas coberturas de seguro”. 

Ciclone destrói estruturas de produtores de leite do Rio Grande do Sul (2)
Ciclone destrói estruturas de produtores de leite do Rio Grande do Sul 

 

NOTA OFICIAL DA SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO RURAL DO RIO GRANDE DO SUL

"A Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR - RS) informa que não há risco de desabastecimento da população em razão do Ciclone Extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul. 

Os dados relacionados às perdas na agropecuária ainda estão sendo levantados junto aos municípios atingidos. No momento, não é possível mensurar o tamanho do dano.

Até então, acredita-se que a lavoura do trigo tenha sido uma das mais atingidas, em razão da erosão do solo, principalmente nas culturas que estão em início de desenvolvimento vegetativo.

De acordo com informações repassadas por produtores de diferentes regiões do Estado, danos na produção de hortaliças, especialmente folhosas, também devem ser registrados".

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Por:
Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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