'Abril Vermelho' continua com 32 invasões e objetivo de superar as 50; MST desmente números do governo Lula

Publicado em 23/04/2024 11:41

Logotipo Notícias Agrícolas

O MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) aumentou o número de invasões nos últimos dias, dando sequência às ações do chamado "Abril Vermelho". A última invasão relatada se deu no estado do Piauí, com 80 famílias que invadiram uma fazenda no último domingo (21) e assim o total chega a 32 ocupações, em 15 estados, somente neste mês. Líderes do movimento afirmam que o objetivo é encerrar o 'Abril Vermelho' de 2024 com mais de 50 invasões. 

No site do movimento, uma última nota, datada de 19 de abril de 2024, afirma que a "Jornada Nacional de Lutas" foi encerrada com 31 novas ocupações. No mesmo conteúdo, o MST afirma ainda que a intensificação das invasões se dá diante de um processo de reforma agrária parado e ainda desmente dados apresentados pelo Governo Lula. E isso se dá mesmo diante do recente lançamento do programa "Terra da Gente" pelo Governo Federal, com um orçamento previsto para, somente este ano, de R$ 520 milhões. A nota também traz imagens das invasões. 

Invasão MST em Parauapebas-PA - Foto MST
Invasão do MST em Parauapebas/PA - Foto: MST

"Enquanto o Movimento Sem Terra realiza ocupações, denuncia a violência no campo e pauta a urgência de políticas públicas para fortalecer a produção de alimentos saudáveis e combater a fome no Brasil, o Governo Lula tem divulgado dados que precisam de maior detalhamento. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), em 2023, 50.592 famílias foram inseridas no Programa Nacional de Reforma Agrária. Ceres Hadich, da direção nacional do MST, explica que esses dados não representam as desapropriações de terra e novas famílias assentadas, principal bandeira do Movimento neste Abril de Lutas.

“É importante sinalizar que houve um esforço grande do Governo de alçar mão de várias ferramentas que dialogam com a Reforma Agrária em alguma medida. Mas vejam, de fato, esse número dos 50 mil diz respeito a todo o processo de regularização fundiária, que aconteceu no ano passado. Quando a gente vai esmiuçar esses dados, que são dados do próprio Governo, percebe que na verdade apenas 1.450 famílias foram assentadas, através dos projetos de assentamentos. Todo o restante desse montante e, a grande parte dele, referente à regularização fundiária e reconhecimento de populações quilombolas, comunidades tradicionais ou em outras modalidades de editais, como por exemplo, os PDS [Projeto de Desenvolvimento Sustentável], que não são projetos de assentamentos”, explica Hadich".

>> Clique AQUI para ler a nota na íntegra no site do MST

Nesta segunda-feira (22), em sua participação no seminário Brasil Hoje, o presidente da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) afirmou que a garantia ao direito à propriedade ainda é um dos principais desafios do país. 

"É um tema que, infelizmente, ainda precisamos discutir em 2024. O direito de propriedade está claramente previsto em nossa Constituição, mas enfrentamos enormes dificuldades. Tivemos um número altíssimo de invasões de terras. Este mês, conhecido como Abril Vermelho, bateu todos os recordes. O líder do movimento ainda anunciou em uma entrevista que fechará o mês com mais de 50 invasões", disse Lupion. 

Em uma entrevista recente ao Carajás Podcast Oficial, a empresária e produtora rural Renilda Benevides relatou os acontecimentos em sua área invadida na região de Parauapebas, no Pará. 

"No domingo a noite recebemos uma ligação dizendo que nossa terra poderia ser invadida. Meu marido ficou sem saber o que fazer porque havia uma possibilidade. Na segunda de manhã veio a ligação de que eles já estavam invadindo. Eles invadiram nossa propriedade de madrugada, construíram uma ponte de tambor e chegaram destruindo tudo. Gritando, dando tiro nos bois, derrubando cerca, quebrando porta. Foi uma coisa que eu nunca tinha visto na minha vida. E eles mesmos filmaram e divulgaram na internet", detalhou Renilda. 

E a produtora segue dizendo que a ação "foi algo que nos deixou muito humilhado. Somos geradores de emprego em Parauapebas, a gente trabalha honestamente, temos empresa há mais de trinta e oito anos, trabalhando honestamente, gerando emprego". 

Acompanhe a íntegra:

 

"A gente conhece as pessoas que estão lá dentro pelas fotos. Gente que tem casa, que ganhou lote da prefeitura, vale-cheque, outro tem supermercado, tem churrascaria. Não são pessoas humildes que precisam. Não são sem-terra. Por que pegar o que é dos outros?", diz. 

Em mais entrevistas, Renilda e seu marido, Edvaldo Benevides, afirmam ainda que seguem aguardando as decisões da justiça já que possuem a escritura e todos os demais documentos em dia que comprovam a posse definitiva da terra e pedem pela reintegração de posse imediata. 

Acompanhe imagens da invasão:

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário