Dólar volta a superar R$5,70 com foco em tarifas e bancos centrais
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Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou a terça-feira em alta, novamente acima dos R$5,70, com investidores globais demonstrando impaciência com a falta de detalhes sobre os acordos comerciais negociados pelos EUA e com parte dos agentes no Brasil buscando a proteção da moeda norte-americana antes da “superquarta” de decisões de bancos centrais.
O dólar à vista fechou em alta de 0,37%, aos R$5,7116. No ano, porém, a divisa acumula baixa de 7,56%.
Às 17h17 na B3 o dólar para junho -- atualmente o mais líquido -- subia 0,19%, aos R$5,7440.
A moeda norte-americana oscilou no território positivo durante praticamente toda a sessão, em meio a certo mal-estar global com a falta de anúncios concretos sobre as negociações de tarifas dos EUA com outros países.
“Os EUA ainda não definiram claramente as tarifas, então temos um ajuste, com o mercado saindo do risco”, comentou durante a tarde o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik.
Além disso, alguns agentes se posicionavam na ponta comprada da moeda norte-americana, protegendo-se antes das decisões sobre juros do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil na quarta-feira.
Enquanto o Fed tende a manter sua taxa de juros na faixa de 4,25% a 4,50%, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC caminha para subir a Selic em 50 pontos-base, para 14,75%, mostrava a precificação dos mercados nesta terça-feira.
Nos dois casos, investidores estarão atentos principalmente às indicações para as próximas reuniões de política monetária.
Neste cenário, o dólar à vista atingiu a cotação máxima de R$5,7393 (+0,86%) às 10h43, para depois desacelerar os ganhos. O movimento coincidiu com a perda de força dos rendimentos dos Treasuries no exterior e com o avanço firme do petróleo -- produto importante da pauta exportadora brasileira.
“Se não fosse o petróleo ajudando o real, o dólar teria subido ainda mais”, comentou Rugik.
No exterior, porém, a moeda norte-americana cedia no fim da tarde ante boa parte das demais divisas. A eleição do líder conservador Friedrich Merz como chanceler pelo Parlamento da Alemanha fazia o euro avançar ante o dólar, que também perdia valor ante o iene e a libra.
Às 17h12, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas fortes -- caía 0,61%, a 99,202.
Pela manhã, o BC vendeu toda a oferta de 25.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de junho de 2025.
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