Brasil sobe tom em resposta aos EUA e diz que soberania jamais entrará em negociação de tarifa
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Por Pedro Fonseca
(Reuters) - O governo brasileiro emitiu uma dura nota nesta terça-feira em que rechaça o que considerou uma "nova intromissão indevida e inaceitável" dos Estados Unidos em assuntos do Judiciário brasileiro, depois que o Departamento de Estado norte-americano publicou texto em uma rede social acusando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o STF de atacarem o ex-presidente Jair Bolsonaro e a liberdade de expressão.
"O governo brasileiro deplora e rechaça, mais uma vez, manifestações do Departamento de Estado norte-americano e da embaixada daquele país em Brasília que caracterizam nova intromissão indevida e inaceitável em assuntos de responsabilidade do Poder Judiciário brasileiro. Tais manifestações não condizem com os 200 anos da relação de respeito e amizade entre os dois países", disse o Ministério das Relações Exteriores em nota oficial.
"No que se refere ao comércio, o Brasil vem negociando com autoridades norte-americanas, desde março, questões relativas a tarifas, de interesse mútuo, e está disposto a dar sequência a esse diálogo, em benefício das economias, dos setores produtivos e das populações de ambos os países. A equivocada politização do assunto não é de responsabilidade do Brasil, país democrático cuja soberania não está e nem estará jamais na mesa de qualquer negociação", acrescentou.
A nota do Itamaraty foi divulgada um dia após o Departamento de Estado dos EUA ter publicado um texto na rede social X afirmando que Lula e o ministro do STF Alexandre de Moraes têm realizado ataques a Bolsonaro que "são uma vergonha e estão muito abaixo da dignidade das tradições democráticas do Brasil".
"O presidente Trump enviou uma carta impondo consequências há muito esperadas à Suprema Corte de Moraes e ao governo Lula por seus ataques a Jair Bolsonaro, à liberdade de expressão e ao comércio americano", diz o texto.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na semana passada que vai impor uma taxação de 50% sobre os produtos brasileiros exportados para os EUA, citando entre as razões decisões judiciais brasileiras envolvendo Bolsonaro e empresas norte-americanas de tecnologia.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)
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