Tarifa Trump: Exportadores brasileiros correm para antecipar embarques
A nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump e prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, pode comprometer as exportações nacionais e afetar diretamente a competitividade das empresas brasileiras no mercado norte-americano. Como os Estados Unidos figuram entre os principais destinos das exportações do Brasil, a medida tende a provocar o cancelamento de contratos, retração na produção industrial e impactos significativos na geração de empregos.
Os reflexos dessa decisão já começaram a ser sentidos na logística internacional. Segundo Fernando Balbino, diretor da área Internacional da IBL World – braço global do Grupo IBL, com base própria em Miami (EUA) – houve uma movimentação imediata entre exportadores. “Muitos clientes anteciparam os embarques com o objetivo de minimizar os efeitos da nova tarifa. Registramos um crescimento de 30% no volume de cargas enviadas aos Estados Unidos”, afirma o executivo.
Essa reestruturação das rotas logísticas já afeta diretamente as operações do Grupo IBL, que atua no transporte aéreo de cargas com foco nos segmentos farmacêutico, eletrônico e alimentício. Há dois anos, o grupo expandiu sua atuação com a criação da IBL World, oferecendo soluções logísticas completas, como o modelo “door to door” e atendimento global a mais de 190 países. A companhia conta com cinco bases
operacionais e estrutura para serviços como consolidação de cargas, distribuição, armazenamento e transporte de cargas especiais (breakbulk, Ro-ro, containers FCL e LCL), moldando a operação de acordo com a necessidade de cada cliente.
Entretanto, além da antecipação dos envios, o impacto mais preocupante para os exportadores brasileiros está no cancelamento de contratos já firmados – principalmente no setor alimentício. “Temos clientes que produziram, embalaram e etiquetaram seus produtos dentro do padrão exigido pelos Estados Unidos. Com o cancelamento repentino desses contratos, surge a dúvida: é possível redirecionar essa carga para outro mercado? Se não for, o prejuízo é inevitável. Estamos falando de perdas milionárias”, alerta Balbino.
Segundo o diretor, empresas que operam com carteiras exclusivas para determinados estados norte-americanos enfrentam riscos ainda maiores. “Em muitos casos, a matéria-prima já foi adquirida, a produção finalizada, e as fábricas dependem exclusivamente daquele cliente. Sem alternativa de escoamento, essas empresas ficam no prejuízo e, em situações mais graves, acabam fechando as portas”, completa.
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