Déficit de armazenamento e gargalos logísticos impedem o crescimento territorial agrícola do Brasil
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Nos últimos anos, a produção agrícola no Brasil vem contabilizando diversas perdas. Durante um painel apresentado na 6ª edição do DATAGRO - Abertura de Safra Soja, Milho e Algodão, nesta quinta-feira (14), o Supervisor de Grupo de Pesquisa da Embrapa Territorial, Rafael Mingoti, destacou que é possível dobrar a área agrícola no Brasil, utilizando práticas sustentáveis e tecnologias que reduzem esses prejuízos.
Dados da Embrapa apontam que, atualmente, existem cerca de 44 milhões de hectares em que há pastagem com algum grau de degradação no Brasil. São áreas onde não há compromissos de preservação nativa e onde existe potencial para o cultivo perene e anual. "Existem possibilidades de aumentarmos a produção agrícola no Brasil respeitando todos os compromissos ambientais previstos na legislação brasileira. A conversão de pastagens degradadas é uma boa oportunidade para isso. Considerando a aptidão agrícola para culturas perenes e anuais, o Brasil têm mais de 90 milhões de hectares disponíveis, preservando e respeitando os compromissos legislativo", apresentou Mingoti.
Mas, para se produzir mais é necessário nutrientes, e é neste momento que o "aumento da produtividade agrícola brasileira" esbarra no seu primeiro obstáculo. "Aproximadamente 80% dos nossos nutrientes vêm de importações. Então, aí vem o papel da Embrapa de se buscar no Brasil terras raras para a agricultura", explicou Rafael.
Outro grande desafio para essa expansão é o escoamento, "temos área para expandir, mas essa produtividade precisa escoar. Hoje em dia o Brasil enfrenta um grande déficit de armazenagem. E além disso, o país precisa de obras estruturantes nos modais hidroviários, ferroviários e portos associados, além de manutenção e pavimentação de rodovias. Estes entraves impedem a expansão espacial de produção agrícola no Brasil", complementou.
A integração da cadeia produtiva traz progresso e avanço produtivo, afirma presidente da DATAGRO
Ainda durante a cerimônia de abertura da 6ª DATAGRO, o presidente da consultoria, Plínio Nastari, destacou a evolução da produção de grãos no Brasil.
Em Goiás, Estado que está sediando o evento, atualmente a produção de soja ultrapassa 5 mi/ha, de uma área ocupada de todo Centro Oeste de 23 mi/ha, representando assim uma evolução de 50% nos últimos 10 anos. São cerca de 20 milhões de toneladas de soja produzidas em Goiás, 87 mi/t em todo Centro Oeste, e a estimativa é que o ciclo 25/26 da cultura ultrapasse 180 mi/t em todo o Brasil. Já o milho, abrange uma produção de 11,8 mi/ha no Centro Oeste, totalizando 81,7 mi/t, cerca de 1,8 mi/ha e produção de 12,8 mi/t em Goiás, e uma expectativa de produtividade para a safra 25/26 de 140 mi/t para todo o país.
Segundo Nastari, a ampla produção de grãos está por trás da evolução do biocombustível e outros derivados, além de estar intensificado a pecuária brasileira."Essa evolução dos grãos está por trás do aumento e sucesso na exportação de carne do Brasil nos últimos anos, sendo responsável pela exportação de 3,8 milhões de toneladas de carne vermelha, consolidando nosso país como um dos maiores exportadores de carne do mundo. Os grãos estão gerando renda. Estamos exportando grãos, proteína. Essa integração da cadeia produtiva traz progresso e avanço para o agro brasileiro", afirmou.
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Henrique Afonso Schmitt blumenau - SC
Num país onde a ideologia toma os noticiários todos os dias e o planejamento estratégico do futuro não tem a menor importância só poderia acontecer o que o artigo acima expõe. De um país onde não se punem ladrões de aposentados, mas se procura censurar idéias e até puni-las, não se poderia esperar algo melhor! Não se pode esperar governos com estratégias para o futuro da NAÇÃO. As elites de Brasília pensam mesmo em se locupletar do farto dinheiro dos contribuintes que chega a seus cofres. O Brasil que se dane!
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