Consumo recua em agosto e bebidas lideram retração no varejo alimentar. Taxação de Trump provoca queda nos preços do frango e do café
O mês de agosto trouxe um cenário desafiador para o varejo alimentar no Brasil. Dados do Radar Mensal da Scanntech, líder em inteligência para o setor, mostram que, embora o faturamento tenha avançado +2,5% frente a agosto de 2024, as vendas em unidades caíram -4,4%.O desempenho negativo foi puxado principalmente pela cesta de bebidas, que registrou retração de -7,3% em unidades e queda de -1,3% em faturamento, decorrente das baixas temperaturas durante o mês, em comparação com um agosto de 2024 mais quente. As alcoólicas foram as que mais contribuíram para o recuo, sendo responsáveis por 22% desse desempenho e as não alcoólicas por 10%
“O fator climático foi decisivo para esse desempenho. Em agosto de 2024, temperaturas mais elevadas impulsionaram o consumo de categorias sensíveis ao calor, enquanto em 2025 o clima mais ameno reduziu a demanda, e essas categorias responderam por 41% da retração em unidades — evidenciando como as condições climáticas moldam diretamente o comportamento de compra no varejo, em um padrão que tem se mantido ao longo do ano”, comenta Felipe Passarelli, Head de Inteligência de Mercado da Scanntech.
Com o resultado de agosto, a retração em unidades no acumulado de 2025 subiu para -1,3% (ante -0,7% até julho). O faturamento, por outro lado, mantém trajetória positiva, com alta de +6,1% no ano, sustentada pelo preço médio, que se mantém em +7,5%. Esse percentual está acima do IPCA acumulado de 12 meses, em 5,2%, reforçando a percepção de que o dinheiro do consumidor está “rendendo menos” a cada ida ao supermercado.
Além do clima, fatores macroeconômicos também alteraram a dinâmica de preços de alguns itens, favorecendo o consumidor. O aumento da tarifa de exportação dos Estados Unidos reduziu o volume enviado de carnes e café ao mercado externo, aumentando a oferta local e acarretando a queda no preço do frango e do café, que apresentaram recuo de -2,3% e -2,1%, respectivamente, em comparação com o mês de julho. Outro queridinho dos brasileiros, a carne, que acumulava mais de 20% de alta no ano, apresentou retração de -0,7% no curto prazo.
Desempenho por canais e regiões
Na análise por canal, os supermercados se mostraram mais resilientes, com retração de -2,8% em unidades, mas alta de +4,4% em faturamento. Já os atacarejos tiveram o pior resultado, recuando -7,2% em unidades e -0,9% em receita, puxados pela redução de unidades por ticket e pela menor comercialização de bebidas, com destaque para a cesta de alcoólicos. Parte desse desempenho se explica pela menor demanda de pequenos comerciantes e ambulantes que tradicionalmente abastecem nestes pontos.
Regionalmente, o Sudeste concentrou as maiores quedas, sobretudo no Leste e no interior de São Paulo, com recuos de até -6,1% em unidades. O Nordeste também registrou retração expressiva, de -5,5%.
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