Adesão ao Tratado de Budapeste impacta biotecnologia brasileira
A Associação Brasileira de Indústrias de Bioinsumos (ABINBIO) celebra a publicação do Decreto Legislativo nº 174/25, que formaliza a adesão do Brasil ao Tratado de Budapeste sobre o Reconhecimento Internacional do Depósito de Micro-organismos com Fins de Patente. A decisão representa um marco histórico para a ciência, a inovação e o setor de biotecnologia no país, alinhando o Brasil às mais modernas práticas internacionais de propriedade intelectual.
Criado em 1977 no âmbito da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), o Tratado unifica e simplifica os procedimentos de depósito de material biológico necessários ao processo de patenteamento de invenções no setor de biotecnologia. Até agora, pesquisadores e empresas brasileiras eram obrigados a recorrer a instituições no exterior — um processo oneroso, burocrático e que representava entraves à inovação nacional.
Com a adesão, o Brasil terá condições de credenciar suas próprias instituições como Autoridades Depositárias Internacionais (IDAs), oferecendo autonomia científica e uma redução significativa de custos e prazos no processo de registro de patentes.
“Estamos diante de um divisor de águas para a biotecnologia brasileira. A adesão ao Tratado de Budapeste coloca o Brasil em sintonia com as principais economias globais e garante que nossas inovações tenham reconhecimento internacional imediato. Isso traz mais competitividade às nossas empresas e mais reconhecimento aos nossos pesquisadores”, afirma Mauro Heringer, Diretor de Relações Internacionais da ABINBIO.
Impacto estratégico para o Brasil
Para Heringer, o Tratado consolida avanços cruciais no ecossistema científico e industrial brasileiro:
- Autonomia Nacional: “Com a possibilidade de credenciar instituições como a Embrapa, Cenargen e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Brasil finalmente poderá realizar depósitos em território nacional, fortalecendo nossa soberania científica.”
- Redução de Custos e Burocracia: “Antes, empresas e cientistas tinham de arcar com altos custos logísticos e legais para patentes biotecnológicas. Agora, todo esse processo será simplificado, criando um ambiente mais favorável para startups, universidades e centros de P&D.”
- Fortalecimento da Propriedade Intelectual: “O valor das descobertas brasileiras será plenamente reconhecido e protegido em nível global, criando as condições ideais para que nosso país realmente assuma papel de destaque no cenário internacional.”
- Integração Global: “Essa adesão sinaliza ao mundo que o Brasil está pronto para ser um protagonista nas discussões estratégicas sobre inovação e biotecnologia. É uma porta de entrada para uma conexão mais ampla com redes globais de inovação.”
Uma conquista para o futuro da inovação brasileira
A ABINBIO vê a medida como um catalisador de oportunidades para a ciência nacional, especialmente em áreas estratégicas como vacinas, medicamentos, novos bioprodutos e tecnologias para agricultura sustentável.
“Estamos falando não apenas de um ajuste normativo, mas de um passo decisivo para o futuro do país. A biotecnologia é uma das chaves para enfrentarmos desafios globais como saúde pública, segurança alimentar e mudanças climáticas. A adesão ao Tratado de Budapeste nos dá as ferramentas necessárias para transformar pesquisa em inovação real, com impacto social e econômico direto”, ressalta Heringer.
“Com esse movimento, o Brasil envia uma mensagem clara: acreditamos no poder da ciência como motor de desenvolvimento sustentável. É um marco que irá impulsionar a economia, gerar empregos qualificados e colocar nossas empresas e pesquisadores em posição de protagonismo no cenário global”, acrescenta.
A ABINBIO reforça que continuará a apoiar e promover políticas e iniciativas em prol da biotecnologia nacional, atuando como ponte entre governo, comunidade científica e setor produtivo. “Nossa missão é garantir que medidas como essa se traduzam em resultados concretos para o país. A adesão ao Tratado de Budapeste é histórica, mas é também apenas o começo de uma trajetória que deve consolidar o Brasil como uma potência em inovação biotecnológica”, conclui Mauro Heringer.
0 comentário
COOPERATIVISMO EM NOTÍCIA - edição 13/12/2025
Minerva Foods avança em duas frentes estratégicas e alcança categoria de liderança do Carbon Disclosure Project (CDP)
Pesquisador do Instituto Biológico participa da descoberta de novo gênero de nematoide no Brasil
Secretaria de Agricultura de SP atua junto do produtor para garantir proteção e segurança jurídica no manejo do fogo
Manejo do Fogo: Mudanças na legislação podem expor produtores a serem responsabilizados por "omissão" em casos de incêndios
Primeira Turma do STF forma maioria por perda imediata do mandato de Zambelli