Silvicultura se consolida como importante pilar do agronegócio paulista, com destaque para o eucalipto e o pinus
A silvicultura, impulsionada principalmente pelas culturas de eucalipto e pinus, se firmou como uma das grandes forças do agronegócio paulista e brasileiro. A produção desses gêneros registrou um crescimento de 31,7% entre 2022 e 2023, evidenciando a relevância do segmento para a economia. Os dados fazem parte do relatório produzido pela Indústria Florestal Paulista (Florestar), e divulgado em setembro de 2025, que traz uma análise completa dos valores econômicos, sociais e ambientais do setor. “Esses resultados reforçam a vocação da área no fornecimento de matéria-prima para a indústria de alta escala. Um exemplo é a produção de resina de pinus. São Paulo é hoje o maior produtor de resina do Brasil, respondendo por 59% do Valor Bruto da Produção (VBP) e da quantidade nacional”, destaca Fernanda Abilio, diretora da Florestar.
A pesquisa mostra que a cadeia produtiva baseada em eucalipto e pinus alia crescimento econômico, conservação ambiental e qualidade de vida. Atualmente, mais de cinco mil bioprodutos são gerados a partir das florestas plantadas. A celulose, por exemplo, tem aplicações diversas, começando pela fabricação de papel e embalagens; passando pela indústria alimentícia, como estabilizante e substituto de gordura, produção de tripas artificiais para embutidos; e na chamada celulose fluff, base de absorventes femininos e fraldas descartáveis. O pinus, por sua vez, é fonte de madeira para produtos serrados, móveis, construção civil, resinas aplicadas em vernizes, tintas, adesivos, colas e vedantes, entre outros.
Mais de 12% da área nacional
O levantamento da Indústria Florestal Paulista (Florestar) aponta que São Paulo é um dos principais estados brasileiros com florestas plantadas, somando 1,29 milhão de hectares, o equivalente a 12,6% da área nacional. O eucalipto predomina com 1 milhão de hectares, seguido por 154 mil hectares de pinus, 124 mil hectares de seringueira e sete mil de outros gêneros. Nos últimos quatro anos, a área cultivada cresceu mais de 68 mil hectares (6%), principalmente em áreas com algum grau de degradação reestabelecendo a produtividade ao solo, sendo 85% em novos plantios de eucalipto. “Essa base industrial é sustentada por uma extensa rede de serviços especializados, como empresas de silvicultura, colheita, transporte de madeira, fornecimento de insumos e suporte técnico”, explica Fernanda.
As florestas plantadas estão presentes em 76% dos municípios paulistas, com grande concentração em regiões como Avaré, Bauru, Botucatu, Capão Bonito, Itapetininga e Itapeva, que respondem por 46% do total plantado no estado. Além das condições naturais favoráveis, São Paulo se destaca por sua infraestrutura logística, com malhas rodoviária, ferroviária, hidroviária e acesso ao Porto de Santos. “Esse conjunto facilita o escoamento da produção e amplia a competitividade do setor no mercado nacional e internacional”, acrescenta a diretora da Florestar.
Com movimentação de R$ 4,45 bilhões em Valor Bruto da Produção (14,1% do total brasileiro), o setor florestal paulista é o que mais emprega no país, com mais de 877 mil vagas diretas e indiretas. No comércio exterior, São Paulo também mantém protagonismo: em 2024, foram US$ 3,29 bilhões em exportações. 19,5% do total nacional do setor florestal, um crescimento de 15,9% em relação ao ano anterior. Ao todo, 5,62 milhões de toneladas de produtos florestais foram exportados, com destaque para celulose (52,4%), papel (35,8%) e resina (5,1%). Os principais destinos foram China (33,7%), Estados Unidos (9,8%), Países Baixos (5,3%), Itália (4,7%) e Peru (4,6%).
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