Membros do BCE estão ganhando confiança nas perspectivas de inflação e crescimento

Publicado em 11/11/2025 08:38 e atualizado em 11/11/2025 09:25

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FRANKFURT (Reuters) - Os riscos para a inflação da zona do euro estão equilibrados e o crescimento está se mostrando mais forte do que o esperado, disseram dois integrantes do Banco Central Europeu (BCE) nesta terça-feira, reforçando as expectativas do mercado de que não haverá mais cortes nas taxas de juros no futuro próximo.

O BCE tem mantido as taxas de juros inalteradas desde junho e afirma que a política monetária está em uma "boa posição", mesmo que alguns membros da autoridade monetária ainda temam que a inflação possa cair demais, forçando-os a retomar a flexibilização em algum momento de 2026.

Entretanto, Frank Elderson, membro do Conselho do BCE, e Boris Vujcic, presidente do banco central da Croácia, ambos considerados falcões (rigorosos com a inflação) moderados, expressaram confiança nas perspectivas, dada a recente série de dados saudáveis, um sinal de que as taxas provavelmente permanecerão inalteradas também em dezembro.

"Os riscos de a inflação ficar mais alta do que o esperado estão equilibrados com os riscos de a inflação ficar mais baixa do que o esperado", disse Elderson, que raramente fala sobre política monetária, ao jornal espanhol Expansion.

"As notícias têm sido relativamente boas recentemente. Alguns dos riscos sobre os quais temos falado têm diminuído gradualmente", disse ele.

Os mercados veem uma chance quase nula de um corte nas taxas este ano, mas ainda preveem cerca de 40% de chance de uma redução final na taxa de depósito de 2% até meados de 2026.

"Estamos em uma boa posição em termos de equilíbrio de riscos", disse Vujcic em Londres. "Os riscos estão equilibrados em torno da previsão de inflação no momento e... o crescimento provou ser mais resistente do que pensávamos no início do ano."

Entre os principais riscos, Vujcic destacou o desvio das exportações chinesas, as tarifas comerciais dos Estados Unidos e a natureza imprevisível do consumo das famílias.

Por enquanto, as tarifas não prejudicaram a economia europeia tanto quanto se temia anteriormente, mas os efeitos da antecipação das importações antes da entrada em vigor das tarifas continuam a se dissipar, argumentou Vujcic.

Espera-se que as famílias apoiem o crescimento devido a uma taxa de poupança historicamente alta, mas Vujcic admitiu que o BCE está lutando para entender por que o consumo tem permanecido persistentemente fraco.

Com relação à China, ele disse que a Europa está enfrentando um aumento da concorrência, principalmente nos segmentos em que as empresas nacionais têm sido fortes, como a produção de automóveis e máquinas, um problema estrutural difícil de resolver.

(Reportagem de Balazs Koranyi, David Milliken e Dhara Ranasinghe)

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Fonte:
Reuters

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