Índia considera aumentar preço mínimo do açúcar e do etanol para apoiar usinas

Por Rajendra Jadhav

MUMBAI (Reuters) - A Índia está considerando aumentar o preço mínimo do açúcar no mercado interno, disseram fontes do governo e da indústria nesta quarta-feira, como parte dos esforços para ajudar as usinas sobrecarregadas com estoques excedentes.

O governo do primeiro-ministro Narendra Modi também poderia aumentar o preço pelo qual as empresas petrolíferas compram etanol das usinas para misturar com a gasolina, disseram as fontes.

As medidas ajudariam as usinas a evitar perdas e aumentariam sua capacidade de pagar os preços fixados pelo governo para a cana-de-açúcar comprada de milhões de produtores.

"As propostas de aumento dos preços do etanol e do açúcar estão sobre a mesa, e uma decisão final será tomada depois de verificação com todos os ministérios relevantes", disse uma fonte do governo, que não quis se identificar por não estar autorizada a falar com a mídia.

As empresas açucareiras têm buscado um aumento no preço mínimo estabelecido pelo Estado de 31 rúpias por kg, inalterado desde 2019, já que os preços da cana pagos pelas usinas aos agricultores aumentaram cerca de 29% nesse período.

O Estado ocidental de Maharashtra e o vizinho Karnataka, que juntos produzem mais da metade do açúcar da Índia, também pediram ao governo federal que aumentasse o preço mínimo do açúcar para ajudar as usinas a pagar os preços da cana aos agricultores dentro do prazo.

As usinas terão dificuldades para pagar o preço da cana estabelecido pelo Estado se os preços do açúcar continuarem sob pressão, disse Prakash Naiknavare, diretor administrativo da National Federation of Cooperative Sugar Factories.

"Os preços do açúcar e do etanol precisam subir logo para que as usinas não acabem perdendo dinheiro", disse Naiknavare.

As usinas de açúcar também estão enfrentando dificuldades com a capacidade excedente de etanol.

Inicialmente, o setor açucareiro esperava desviar de 4,5 a 5 milhões de toneladas de açúcar para o etanol este ano, mas apenas 28% da alocação total para o biocombustível foi para o etanol à base de açúcar, e o restante foi direcionado para usinas à base de grãos que utilizam matérias-primas como arroz e milho.

Na semana passada, a Índia permitiu exportações de açúcar de 1,5 milhão de toneladas métricas na nova temporada.

Com a queda dos preços dos alimentos, a inflação não é uma preocupação, o que dá ao governo espaço para aumentar os preços do açúcar, disseram autoridades do comércio e da indústria.