Justiça vê fraude e aborta plano para a reestruturação da Alimentos Nilza
Ao decretar a falência do laticínio, na terça-feira, o juiz da 4ª Vara Cível de Ribeirão Preto, alegou fraude no processo de recuperação judicial e na negociação com a Airex. Segundo o jornal "A Cidade", de Ribeirão, escutas telefônicas do Ministério Público apontaram fraude no processo.
O juiz questionou a origem dos R$ 5,2 milhões depositados pela Airex, após a aprovação do plano de recuperação, para pagamento de credores trabalhistas. Alambert disse que tem como comprovar a origem dos recursos e que vai entrar com uma petição na Justiça para fazê-lo.
A reportagem não conseguiu falar com o juiz Héber Mendes Batista, pois os fóruns paulistas fecharam ontem a partir das 13 horas em luto pela morte do presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo Antonio Carlos Viana Santos.
A advogada Sílvia de Luca, que representa o controlador da Nilza, Adhemar de Barros Neto, não quis comentar a decisão sobre a falência alegando ainda não ter tido acesso ao "inteiro teor da sentença".
Sérgio Alambert também refutou a acusação de que a Airex seria uma empresa de fachada e de que teria apresentado endereços falsos à Justiça. Segundo ele, a Airex foi constituída em 2001, com sede em Manaus. A empresa foi criada para atuar na importação de peças para motocicletas, "mas não deu certo". Acrescentou que a Airex permaneceu aberta, mas o imóvel alugado em Manaus foi entregue. Quando surgiu a oportunidade de comprar a Nilza, outro imóvel foi alugado em Manaus, mas não foi mobiliado, segundo Alambert, já que a empresa também tem escritório em São Paulo.
O empresário também é acusado de ter pago a um credor, José Eustáquio de Senna, para que este convencesse outros credores a aprovarem o plano. Alambert disse ter pago a Senna - que vendeu o laticínio Montelac à Nilza em 2008 -, por uma consultoria no projeto de aquisição da Nilza, já que não conhece o setor de leite. Admitiu, porém, ter pedido a Senna que conversasse com outros credores para que votassem pela aprovação do plano.
Na opinião da Alambert, o controlador da Nilza, Adhemar de Barros Neto, deve recorrer à Justiça contra a decretação da falência pois "todos os argumentos são frágeis".
O plano de recuperação aprovado pelos credores da Nilza previa a venda da fatia de 65% do controlador para a Airex, que assumiria o passivo estimado em R$ 420 milhões. O BNDESPar detém os 35% restantes do capital da empresa.
A tentativa de adquirir o laticínio não é a primeira investida de Alambert no agronegócio. Por meio da Airex, ele comprou, em dezembro, por R$ 200 milhões a usina Casquel, de Cambará (PR). Do total do negócio, R$ 180 milhões foram de assunção de dívidas e R$ 20 milhões em aporte de capital. Segundo Adalgiso Antônio Casquel, antigo proprietário da usina, a venda foi concluída com o cumprimento de todos os compromissos firmados.
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