Situação se agrava no Japão e grãos voltam a despencar na CBOT

Publicado em 15/03/2011 09:52 e atualizado em 15/03/2011 16:06
Os futuros do grãos voltaram a despencar na Bolsa de Chicago nesta terça-feira. A soja encerrou o pregão noturno com baixas de dois dígitos, assim como o milho e o trigo. Já no início da sessão diurna, os preços estenderam suas perdas e a oleaginosa, por volta de 12h, perdia quase 40 pontos e o milho estava próximo do limite de baixa.

O mercado voltou a sentir a forte e negativa pressão do cenário mundial que englobal a guerra civil na Líbia, as dívidas em países europeus e, principalmente, o pior e mais trágico terremoto da história do Japão.

A situação na nação asiática se agravou com a ameaça de uma catástrofe radioativa com as explosões dos reatores nas usinas japonesas, fator que pode colocar em cheque incertezas sobre o futuro da economia mundial. Diante disso, os traders aumentam sua aversão ao risco e uma intensa realização de lucros pode ser registrada.

No entanto, apesar dessas baixas pontuais expressivas, analistas afirmam que os fundamentos continuam os mesmos - oferta restrita e demanda bastante aquecida - e devem sustentar os preços ao menos no curto prazo.

"Fujam agora"--Crise nuclear japonesa deflagra pânico online
Reuters

A Internet transmitia ao mundo uma mensagem terrível do Japão nesta terça-feira: "Estamos aterrorizados com o desastre nuclear e desesperados para fugir."

Notícias de que um vazamento de radiatividade de baixa potência estava se espalhando na direção de Tóquio causaram pânico entre muitos usuários dos mais populares sites de redes sociais, enquanto o governo japonês apelava por calma e informava que a radiatividade não estava nem próxima de níveis perigosos.

"Por favor, façam as malas de suas famílias, com seus documentos e recordações mais importantes, e saiam daí", escreveu um usuário do Twitter.

"Vão para o sul, para Taiwan ou, se puderem, para a Austrália. Se não tiverem dinheiro para sair do Japão, pelo menos vão para o sudoeste de seu país, o mais longe que puderem. Fiquem à maior distância possível da área afetada", recomendava a mensagem.

Tóquio foi tomada por uma onda de compras causadas pelo pânico, e algumas lojas esgotaram seus estoques de lanternas, rádios, velas e sacos de dormir, em meio ao pior acidente nuclear do planeta desde o desastre de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia.

"Tenho... três caixas de água e meu tanque de gasolina está cheio. Enchi uma banheira de água para poder continuar dando a descarga no vaso sanitário, tomar banho etc., caso a água seja cortada", escreveu outro usuário do Twitter.

"A situação nas usinas nucleares de Fukushima está se agravando cada vez mais, e estou ficando com muito medo. Agora, vou sair com meu filho doente em busca de mais água e outros suprimentos, nas lojas locais", escreveu Junko Yabe no Facebook.

Outros japoneses e estrangeiros moradores da área estavam saindo do país, e o número de passageiros à espera de voos em Narita, o principal aeroporto internacional de Tóquio, estava em alta. Companhias multinacionais informaram estar considerando planos para tirar seu pessoal de Tóquio.

"Por sorte consegui passagem em um voo para Okinawa hoje. Vou apanhar o voo das 20h no aeroporto de Haneda (Tóquio)", escreveu um usuário do mixi, um serviço japonês de redes sociais. "Quem ficar deve tomar cuidado para não tomar chuva."

Notícias de que a Tepco, operadora de usinas nucleares, havia retirado centenas de funcionários da usina reforçaram o medo.

"O número de especialistas nas usinas nucleares está diminuindo, quem restará para trabalhar nelas? Saiam de Tóquio e vão para o sul, por enquanto, no mínimo, e levem os IDOSOS com vocês", escreveu Angie Badelt no Facebook.

Uma mensagem repetida em muitos sites de mídia social era "orem por nós".

Muitas pessoas têm criticado como o governo japonês tem lidado com a crise, afirmando que ele não forneceu informação suficiente sobre a situação.

"Não acredite nas afirmações do governo de que os níveis de radiação são seguros, saia do Japão agora", afirma um usuário do Twitter.

No site de microblogs chinês Weibo, muitos usuários republicaram um mapa que mostra como a contaminação nuclear pode possivelmente se espalhar para a costa leste da China, o que causou debates sobre a veracidade do mapa.

O governo chinês informou que não tem detectado radiação anormal em qualquer região da China, mas que estava tomando medidas para aumentar o monitoramento.

"2012 veio mais cedo e a humanidade trouxe ele para si própria!", escreveu um usuário do Weibo.

Outros internautas eram mais contidos.

"Eu tenho que correr se a usina nuclear explodir, mas não tenho lugar algum para fugir e não tenho gasolina", disse a usuária Naru0428taka, que se identifica como estudante em universidade de Fukushima. "Então eu tenho que aceitar."

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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