Exportação de algodão do Brasil deve cair 28% em 21/22, diz Anea

Publicado em 07/04/2022 17:23 e atualizado em 08/04/2022 08:36

Logotipo Reuters

Por Nayara Figueiredo

SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de algodão do Brasil devem alcançar 1,742 milhão de toneladas da pluma no ano comercial de 2021/22 (julho-junho), cerca de 28% abaixo do recorde visto no ciclo anterior, disse nesta quinta-feira a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), em um cenário de menor oferta para embarque.

O presidente da entidade, Miguel Faus, disse à Reuters que o produto que está sendo exportado é proveniente de uma safra de 2,36 milhões de toneladas.

"A queda de 2021/22 se deve a uma safra menor. Na anterior, a produção foi de 3 milhões de toneladas, por isso foi possível exportar 2,414 milhões", afirmou.

Para a temporada 2022/23 que terá início em julho, a expectativa é de recuperação dos embarques, já que a demanda segue aquecida e a produção em desenvolvimento nos campos pode alcançar 2,85 milhões de toneladas, estimou o executivo.

No entanto, o setor está apreensivo com os desdobramentos da pandemia na China, principal importador de algodão do mundo, por possível risco sobre a logística do país.

"Já havia um problema logístico decorrente do excesso de demanda no mundo e depois pela pandemia, mas que vinha nos afetando menos nesta temporada... Para complicar, a China está em um novo lockdown e, dependendo da extensão, pode haver impacto ainda sobre os embarques do ciclo atual."

A China é o principal destino das exportações brasileiras da fibra (30,2%), seguida por Vietnã (16,7%), Turquia (13,2%), Paquistão (11,2%) e Bangladesh (10,6%), segundo a Anea.

Um ponto positivo para os exportadores do Brasil, segundo Faus, é a pulverização de compradores. Apesar da importância do mercado chinês, a fatia de 30% é vista como "saudável", pois não indica um elevado patamar de dependência.

INSUMOS

Em relação ao planejamento da safra que começará a ser plantada em dezembro, o presidente da Anea destaca a preocupação com a oferta e preços dos insumos, com destaque para os elevados custos com fertilizantes motivados pela guerra na Ucrânia.

"Os grandes produtores já compraram, fechando os preços e prazos para suas necessidades... Mas mesmo quem fechou, precisamos ver se vai receber", afirmou.

A Rússia é o maior fornecedor de fertilizantes aos brasileiros, que importam cerca de 85% de seu consumo.

Ele disse que o objetivo é não diminuir área de plantio, pois os preços internacionais estão muito atrativos, mas ainda é cedo para cravar que a área será mantida. "A gente espera que não haja diminuição de área, mas pode acontecer."

(Por Nayara Figueiredo)

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário