O processo de descaroçamento do algodão

Publicado em 10/10/2008 13:10 e atualizado em 10/03/2020 08:51

Separação da semente e fibra; a colheita do algodão é realizada manualmente ou através de colhedoras especializadas, que retiram do campo a fibra aderida à semente. A separação dessa fibra das sementes é realizada através de máquinas dotadas de rolos ou serras, sendo uma das primeiras etapas do processo de beneficiamento.

Sementes recém-separadas apresentam-se cobertas por grande quantidade de línter, camada fina de pelos curtos aderidos ao tegumento das sementes das variedades comerciais de algodoeiro herbáceo, constituindo-se num agravante nas práticas de beneficiamento, por dificultar a fluidez da massa de sementes: no armazenamento, por servir de abrigo para pragas e agentes patogênicos e, na semeadura, por afetar a uniformidade de distribuição das sementes.

O processamento de sementes de algodão envolve etapas diferenciadas como separação da fibra e semente e o deslintamento, além do armazenamento temporário no campo, que podem causar danos mecânicos e efeitos imediatos e latentes na sua qualidade.

Queiroga e Beltrão (1999) citam que o roteiro do algodão em caroço entre o campo e a usina consiste em: colheita, armazenamento temporário por um mês no campo, transporte, armazenamento temporário por três meses na usina em forma de tulhas, transporte e beneficiamento em separadoras da fibra e semente de serra ou de rolo. Além destas etapas, as sementes ainda são deslintadas e armazenadas até a próxima semeadura.

Após a colheita, o algodão pode ser armazenado no campo nos chamados “fardões”, esperando a época de seu beneficiamento. Quando esses “fardões” chegam nas unidades beneficiadoras, eles passam por um processo de separação da fibra da semente (Figuras 1 e 2). Essa separação é feita através de maquinário apropriado, permitindo que a pluma produzida seja armazenada, sendo prensadas formando os fardos de algodão, que variam de 190 a 230 kg de fibra (Figura 3), enquanto que as sementes separadas da fibra passem por outros processos, como é o caso do deslintamento.

O processo de beneficiamento separa o línter da semente do algodão, através da ruptura das fibras em sua base. De acordo com a variedade utilizada e fatores ambientais, pedaços da semente podem se desprender no beneficiamento, prejudicando a qualidade da fibra (BACHELIER 1999).

Byler (2003) salienta que o algodão que chega para o processo de separação da semente e fibra, pode ser grandemente afetado pela umidade que se encontra, interferindo nos processos de beneficiamento, tendo influência na forma em que a descaroçadora age nas sementes. Dessa forma, a umidade em que o algodão a ser beneficiado apresenta deve ser levado em consideração. Em geral, sementes menos úmidas são mais fáceis de serem processadas.

Danos na semente e fragmentos provindos da casca da semente se tornam um problema no processo do beneficiamento. Foi verificado que diferentes cultivares, mesmo os tipos de beneficiamento realizados, tem um significativo efeito na quantidade de perdas das sementes durante o beneficiamento, bem como as cascas das sementes vindas dessa danificação das mesmas (HUGHS 2000).

As unidades beneficiadoras de algodão, isto é, o maquinário e os beneficiadores são constantemente desafiados. Alguns desses desafios consistem no fato de haver necessidade de processar inúmeras variedades de algodão, em áreas que possuem variedades sendo colhidas com diferente maquinário, com grande variação nos níveis de umidade. Em muitos casos, há grande variação de maturidade do algodão que está sendo colhido nas mais diferentes condições de colheita. Por causa da necessidade da obtenção de lucros com o processo de beneficiamento, esse produto deve ser processado em altas velocidades, operando 24 horas por dia e 7 dias por semana (SUTTON, 1999)

Problemas da separação
Atualmente, por causa da necessidade do aumento do rendimento no beneficiamento, esse processo passou a ser mais traumático à semente, potencializando os danos mecânicos no processo. Esses danos fazem com que o tratamento com o ácido para o deslintamento prejudique as sementes em maior proporção. Métodos utilizados anteriormente, como o deslintamento mecânico, processo abrasivo gerando alto calor, também pode causar danos mecânicos à semente e problemas gerados pelo calor.

A má regulagem do maquinário também é um problema normalmente enfrentado nas regiões produtoras, Essas máquinas devem ser reguladas de forma que proporcione uma separação entre semente e fibra que não cause injúrias à semente ou mesmo queda de qualidade da fibra produzida. A semente que sofre um traumático processo de separação apresenta perda de qualidade e poderá sofrer danos ainda maiores nas próximas etapas, no caso o deslintamento e o armazenamento.

A separação da fibra do algodão da semente é um processo de grande importância no beneficiamento, isso por causa da necessidade da realização de uma operação que não danifique nem a fibra e nem a semente. Sendo assim, a boa regulagem das máquinas beneficiadoras é necessária, evitando assim perdas no rendimento operacional, ou danificação da fibra e semente.


Fonte: Algodão Brasileiro

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