Algodão baiano em foco na agenda da sustentabilidade e da COP 30

Publicado em 12/09/2025 07:39

O futuro da agricultura sustentável no Brasil ganhou um palco especial em Salvador. Nos dias 11 e 12 de setembro, o imponente Palacete Tira Chapéu recebeu o 3º Congresso Brasileiro de Direito e Sustentabilidade, que neste ano mergulhou em um tema crucial para o campo: “A Bahia e o Brasil na COP 30: Desafios e Oportunidades”.

A presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Alessandra Zanotto Costa, levou ao Congresso a voz feminina do agronegócio baiano e a experiência prática do Oeste da Bahia como referência mundial em cotonicultura sustentável, no painel “Os Desafios do Agronegócio Sustentável no Brasil”.

O evento mostrou, na prática, como o direito, a sustentabilidade e o agronegócio caminham juntos. Se de um lado especialistas discutiram novos instrumentos jurídicos e políticas públicas para financiar a transição verde, de outro, o setor produtivo — com destaque para o algodão baiano — apresentou soluções reais que unem produtividade, inovação e compromisso ambiental.

Ao lado de Moisés Schmidt, presidente da Aiba, Alessandra destacou que a sustentabilidade precisa ser entendida em sua essência: social, ambiental e econômica. Ela ressaltou que a produção agrícola não pode ser confundida com práticas ilegais, como desmatamento e garimpo, das quais o setor é contrário. “Iniciamos nosso trabalho numa terra inóspita, e todo o avanço até aqui é retrato da sustentabilidade pelo tripé completo. Hoje, participar dessa agenda é reconhecer que o produtor é parte da solução, especialmente em uma cultura já consolidada como o algodão na Bahia, com impacto direto no IDH dos municípios onde está presente”, afirmou.

Entre os exemplos práticos, Alessandra citou a rastreabilidade, o uso eficiente da água, a preservação do solo, a saúde ocupacional, a gestão de dados e o manejo integrado de pragas como práticas já disseminadas entre os produtores baianos. Destacou ainda o ganho de eficiência: nos últimos 30 anos, a produção cresceu de forma expressiva graças à tecnologia e à inovação, e não pela expansão da área cultivada.

“Entendemos que não se faz nada no campo sem as pessoas que compõem essa cadeia produtiva. Por mais tecnologia que tenhamos, sem sustentabilidade e sem segurança jurídica, não avançaríamos. O algodão baiano é reconhecido não apenas pela representatividade, mas pela capacidade de inovar com responsabilidade e gerar desenvolvimento social”, reforçou.

Sua fala encontrou eco nas mesas de debate sobre regulação, governança ambiental e novas práticas de mercado.

No encerramento, Alessandra deixou claro que a COP vai além de metas climáticas. “A COP não é apenas uma conferência sobre metas climáticas. É um palco onde o Brasil pode se afirmar como líder global em soluções de clima. O agro brasileiro, com escala, tecnologia e compromisso, é o motor dessa transformação. O algodão baiano é a prova viva: com sustentabilidade, inovação e respeito à lei, conseguimos gerar riqueza, melhorar o IDH e garantir que cada fibra colhida seja também um fio de desenvolvimento humano. Cabe a nós — sociedade, setor privado, governos — construir juntos esse caminho, para que o Brasil não seja visto apenas como parte da floresta, mas como parte da solução climática do planeta.”

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Fonte:
Abapa

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