Governo avalia elevar Cide para gasolina e reduzir tributos do etanol, diz ministra

Publicado em 13/04/2020 09:47 e atualizado em 13/04/2020 10:46

SÃO PAULO (Reuters) - O governo brasileiro estuda aumentar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para gasolina e retirar os tributos Pis/Cofins para o etanol por um período, com o objetivo de ajudar usinas de cana-de-açúcar em tempos de coronavírus, disse nesta segunda-feira a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

O setor de etanol tem sofrido pela queda drástica do consumo, diante das medidas de isolamento adotadas contra o vírus que restringem o tráfego de veículos, e também pela redução do preço da gasolina, concorrente do biocombustível, na esteira das baixas acentuadas nas cotações do petróleo.

Segundo a ministra, o governo também trabalha em mecanismos para financiamento de estoques de etanol, uma vez que as usinas do centro-sul estão iniciando a safra de cana.

Ela disse esperar que as medidas para o setor de etanol possam ser definidas ainda nesta semana.

Governo avalia mexer em tributos para ajudar setor de etanol, diz ministra (Reuters)

Funcionário de posto de gasolina abastece carro em São Paulo
  • SÃO PAULO (Reuters) - O governo estuda aumentar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para gasolina e retirar os tributos PIS/Cofins para o etanol por um período, com o objetivo de ajudar usinas de cana-de-açúcar em tempos de coronavírus, disse nesta segunda-feira a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

O setor de etanol tem sofrido pela queda drástica do consumo, diante das medidas de isolamento adotadas contra o vírus que restringem o tráfego de veículos, e também pela redução do preço da gasolina, concorrente do biocombustível, na esteira das baixas acentuadas nas cotações do petróleo.

Segundo a ministra, o governo também trabalha em mecanismos para financiamento de estoques de etanol, uma vez que as usinas do centro-sul estão iniciando a safra de cana.

Ela disse esperar que as medidas para o setor de etanol possam ser definidas ainda nesta semana.

Em uma entrevista transmitida pelos canais BandNews e Terraviva, a ministra destacou que a questão está sendo discutida junto aos Ministérios da Economia e de Minas e Energia.

"É um assunto transversal (no governo)... Tenho conversado diariamente com o ministro Bento (Albuquerque, de Minas e Energia), estamos propondo... esta semana, se Deus quiser, já teremos resultados para que o setor tenha tranquilidade", afirmou a ministra.

Tereza Cristina ainda indicou que a questão da retirada temporária do PIS/Cofins é consenso.

Ela observou ainda que o setor teria a opção de produzir mais açúcar, em vez de etanol, mas que mesmo assim as medidas são importantes para que o mercado do adoçante não fique desequilibrado, considerando a relevância do Brasil.

"Temos a opção de açúcar, mas também não dá para inundar o mundo de açúcar, o setor contribui muito para a balança comercial brasileira, o governo não pode deixar que esse setor tenha prejuízos", disse.

Antes mesmo da pandemia, havia a expectativa de que o Brasil elevasse a produção de açúcar, considerando melhores condições de mercado e um esperado déficit global do adoçante.

O presidente da consultoria Datagro, Plinio Nastari, que também participou da webinar ao lado da ministra, avaliou como "muito importantes" as medidas que Tereza Cristina disse estar em estudo no governo.

"Até porque tradicionalmente o setor processador de cana utiliza a comercialização do etanol para gerar o capital de giro para mover a safra", explicou ele, em entrevista à Reuters, após a webinar.

Ele disse que atualmente o setor de etanol paga 13 centavos de real por litro em PIS/Cofins, uma valor expressivo diante da queda drástica do preço do combustível na usina recentemente.

A cotação média do etanol na usina, segundo cálculos da Datagro, caiu para 1,38 real por litro, ante 2,16 reais no início do mês passado, quando o setor ainda não havia sido impactado pelos desdobramentos da epidemia.

Nastari, que também é representante da sociedade civil no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), ressaltou os estudos no governo para financiar o estoques de etanol.

"Além do problema físico, daqui a pouco não vai ter como armazenar (etanol), são questões que precisam ser endereçadas", disse ele.

"A fala da ministra traz um alento, uma luz para toda essa cadeia que é tão importante, que movimenta polos regionais de diversos Estados do Brasil... São medidas importantes que vêm de encontro a solicitações que as lideranças do setor têm colocado para o governo...", completou.

Nastari comentou também que os preços mais baixos das usinas ainda não chegaram completamente aos postos e também não foram repassados pela distribuidoras porque esses agentes, diante da queda do consumo, ainda têm estoques do produto mais caro, que precisam ser escoados.

BR Distribuidora decide postergar assembleia de acionistas

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  • SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de combustíveis BR Distribuidora informou que seu conselho de administração aprovou o cancelamento de assembleia geral de acionistas convocada para 30 de abril, de acordo com comunicado da companhia nesta segunda-feira.

A BR disse que a assembleia será postergada para uma nova data, a ser divulgada oportunamente. A empresa utiliza possibilidade oferecida pela medida provisória 931/2020.

A decisão, que levou em conta limitações ao deslocamento em diversas cidades do Brasil, também visa dar aos acionistas "tempo adequado para análise das propostas por conta do momento atual", afirmou a empresa.

A BR havia informado em 1° de abril que discutiria na assembleia o postergamento de parte dos dividendos referentes a 2019, bem como adiamento da distribuição de juros sobre o capital próprio.

A companhia acrescentou, no entanto, que a proposta da administração para a assembleia e sua convocação tornaram-se sem efeito com a decisão de adiar o evento.

Preços do petróleo praticamente ignoram corte de oferta devido à preocupação com demanda

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  • Planta de extração de petróleo no Texas, EUA 19/11/2019 REUTERS

LONDRES (Reuters) - Os preços do petróleo operavam perto da estabilidade nesta segunda-feira, com o impacto positivo de um acordo global para cortes recorde de oferta sendo compensado por preocupações de que isso talvez não seja suficiente para reduzir uma sobreoferta no mercado causada pelo efeito do coronavírus sobre a demanda.

Após quatro dias de negociações, a Opep+-- grupo de países produtores que contempla membros da Opep e outros como a Rússia-- chegou a um acordo para reduzir a produção em 9,7 milhões de barris por dia (bpd) em maio e junho, o que representa cerca de 10% da oferta global.

O petróleo Brent subia 0,04 dólar, ou 0,13%, a 31,52 dólares por barril, às 8:39 (horário de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos avançava 0,13 dólar, ou 0,57%, a 22,89 dólares por barril.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou o pacto e disse que ele salvará empregos na indústria de energia norte-americana.

Arábia Saudita, Kuweit e Emirados Árabes Unidos se comprometeram a fazer cortes ainda mais profundos que o combinado, o que pode na prática reduzir a oferta da Opep+ em 12,5 milhões de bpd ante os níveis atuais, disse o ministro de Energia saudita.

Enquanto isso, no entanto, analistas lançavam dúvidas sobre o comprometimento dos produtores com os cortes. Mesmo levando em conta o cumprimento total do acordo, a fraqueza da demanda ainda mantinha um teto aos ganhos no petróleo.

"Nós esperamos que a decisão da Opep+ no máximo estabeleça um piso para o mercado", disse Harry Tchilinguirian do BNP Paribas.

"Nós não esperamos uma recuperação sustentada nos preços do petróleo até que haja uma liberação da demanda reprimida no terceiro trimestre."

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Fonte:
Reuters/Estadão Conteúdo

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