BR nota melhora na demanda por etanol e gasolina, mas ainda vê queda de até 35%

Publicado em 13/04/2020 17:26

LOGO REUTERS

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A BR Distribuidora, a maior empresa do setor de distribuição de combustíveis do Brasil, notou alguma recuperação na demanda pela gasolina e etanol distribuídos pela empresa nos últimos dias, mas ainda amarga uma queda de 30% a 35% nas vendas, na comparação com o movimento pré-crise do coronavírus, disse o CEO da companhia nesta segunda-feira.

Logo que as quarentenas se intensificaram no país, a BR chegou a registrar queda de 60% na demanda por esses dois combustíveis, mas uma recente movimentação maior nas cidades teria colaborado para amenizar a redução nos índices de consumo, acrescentou Rafael Grisolia à Reuters, em entrevista por telefone.

"O fato é que a queda inicial de 60% tinha sido bem alta, e nos dois ou três últimos dias verificamos um retorno de aproximadamente 30% desta queda, que estamos inicialmente associando a uma maior movimentação nos centros urbanos, como temos acompanhado pelas notícias", disse ele.

Já a demanda por diesel, que se manteve praticamente estável por uma semana no início da crise, passou a ter queda de cerca de 20% ante os níveis pré-crise, algo que se mantém atualmente.

O executivo da companhia que possui pouco mais de 25% do mercado de todos os combustíveis do Brasil disse ainda que, não fosse o escoamento da safra e as atividades de colheita de grãos do Brasil, a demanda por diesel teria caído mais.

"A nossa leitura é que nas rodovias todo o transporte de cargas... a movimentação de safra está acontecendo, mas o que está afetando é a menor movimentação dos transportes públicos", disse Grisolia, referindo-se ao diesel, o combustível que normalmente é o mais vendido no Brasil e referência para a atividade econômica.

O CEO da distribuidora lembrou que a empresa tem adotado postura de flexibilizar negociações com fornecedores, de gasolina, etanol e biodiesel, e com clientes, para que todos possam conseguir sair desta crise.

Ele reforçou que a BR não executou força maior em contratos, buscando negociar especialmente com produtores de etanol e biodiesel, que dizem estar sofrendo pressão de alguns clientes, em meio à forte queda no consumo.

"Diante da menor demanda, estamos muito sensíveis e soltamos vários pacotes de ajuda aos nossos postos... Adotamos o principio da flexibilidade, achamos que a crise vai passar, mas não temos o 'timing' de quando isso acontecerá", disse ele.

"Em função disso, temos tentado passar para os nossos fornecedores que estamos sem visibilidade de demanda... para manter o sistema equilibrado, para que todos possamos sair da crise juntos", completou ele, ressaltando que a companhia sabe das suas responsabilidades como líder do setor.

O executivo evitou fazer prognósticos sobre o impacto da atual crise para os resultados da companhia.

"Difícil falar de cenários para solução da crise, temos de estar preparados... a permanecer isso, é um impacto muito grande, trabalhamos com hipótese de que a crise não é eterna..."

Grisolia disse ainda que, do quadro de 3.700 funcionários, 68% estão em regime de home office, visando minimizar riscos com a doença. Disse também que a BR foi uma das primeiras empresas a aderir um compromisso de não demissão durante a crise.

A empresa também tem atuado em parceria com a sua rede de postos em ações para ajudar frentistas e caminhoneiros, que incluem até mesmo a distribuição de refeições em locais com restaurantes fechados nas estradas, além da liberação de banheiros para a higiene dos motoristas.

Frentistas da rede também têm recebido equipamentos de proteção ao coronavírus, como máscaras.

(Por Roberto Samora)

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário