ANP deve regulamentar venda direta de etanol até outubro, diz ministro

Publicado em 16/06/2020 16:36 e atualizado em 16/06/2020 21:40

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SÃO PAULO (Reuters) - A possibilidade de produtores de etanol comercializarem o produto diretamente com postos de combustíveis deverá ser regulamentada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) até outubro, disse nesta terça-feira o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

A afirmação vem pouco após o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) ter aprovado, em 4 de junho, resolução com diretrizes para essas vendas diretas, medida que foi defendida em diversas ocasiões pelo presidente Jair Bolsonaro.

"Dessa vez vai. Nós acreditamos que até outubro a ANP tenha isso tudo regulamentado", disse Albuquerque, ao participar de transmissão ao vivo promovida pela Delta Energia.

Ao informar a aprovação da resolução do CNPE sobre as vendas diretas, o ministério de Minas e Energia ressaltou que a comercialização ainda precisaria ser regulamentada pela ANP.

ANP reduz mistura de biodiesel no diesel para 10% até domingo

SÃO PAULO (Reuters) - A diretoria colegiada da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou a redução temporária, até o próximo domingo, no percentual da mistura obrigatória de biodiesel ao óleo diesel, de 12% para 10%, por temores sobre a oferta do biocombustível, disse a ANP nesta terça-feira.

Segundo o comunicado, a medida é necessária para dar continuidade ao abastecimento nacional e contou com a concordância do Ministério de Minas e Energia (MME).

"As entregas de biodiesel previstas para o período citado (de 16 a 21 de junho) poderiam não ser suficientes para atender à mistura de 12% ao diesel B, que vem sendo bastante consumido, apesar da atual situação de pandemia."

O último leilão de biodiesel número 73, finalizado na sexta-feira, registrou o maior volume comercializado, com mais de 1 bilhão de litros arrematados, e também teve a maior movimentação financeira da história, superando 4 bilhões de reais, segundo o MME.

Os grandes volumes envolvidos na operação, que resultaram em uma alta de quase 30% no valor do produto ante o leilão anterior, foram registrados após uma redução nas retiradas mínimas de biodiesel pelas distribuidoras para o leilão 72, estabelecida em 80%, ante 95% originalmente.

Essa medida foi tomada diante de incertezas sobre o impacto do coronavírus no consumo.

Contudo, o mercado de diesel se mostrou menos afetado pela queda de consumo decorrente de medidas para controlar a disseminação do coronavírus, conforme ficou demostrado pela forte demanda no leilão 73.

A ANP ainda marcou um leilão complementar ao 72.

Espera para carregamento de açúcar em terminal da Rumo em Santos atinge 45 dias

SÃO PAULO/NOVA YORK (Reuters) - O tempo médio de espera para o carregamento de navios com açúcar no principal terminal de exportação do Porto de Santos (SP) atingiu impressionantes 45 dias na semana até 14 de junho, apontaram dados da agência marítima Cargonave.

A espera no terminal da Rumo no maior porto da América Latina já era de longos 41 dias na semana anterior, segundo a Cargonave. Em igual período do ano passado, o tempo médio no aguardo era de cinco a sete dias.

A maior parte do mercado global de açúcar se voltou para o Brasil nos últimos três meses, à medida que o país produz volumes recordes do adoçante. As usinas têm dado prioridade ao açúcar em detrimento do etanol depois que o mercado de combustíveis brasileiro afundou devido às medidas de isolamento social relacionadas à pandemia de coronavírus.

O movimento repentino ocorreu em um momento em que o Brasil também exporta volumes recordes de soja, o que contribuiu para o longo tempo de espera enfrentado pelos navios.

Outros terminais de açúcar em Santos também registram atrasos, mas menores. O terminal da Copersucar, por exemplo, possuía espera de apenas dez dias na semana passada, embora o período tenha aumentado para 13 dias na segunda-feira, disse a Cargonave.

O tempo de espera no terminal da Rumo, enquanto isso, caiu para 37 dias na segunda-feira, segundo a agência.

Procurada, a Rumo afirmou que não está registrando atrasos nos embarques, e acrescentou que a movimentação já era esperada, diante do câmbio favorável e do preço internacional do açúcar, que têm impulsionado as exportações.

"O terminal de Santos está operando na sua capacidade máxima e o tempo de espera atualmente é de 5 a 7 dias para navios de grãos e menos de 30 dias para navios de açúcar", disse a Rumo. A empresa espera "o melhor junho de toda a história" para o terminal.

Um operador do mercado de açúcar em Nova York disse que alguns traders estão buscando trocar o terminal da Rumo por outros, em um esforço para reduzir os tempos de espera e taxas adicionais (demurrage).

A empresa de serviços Czarnikow afirmou que também há companhias se dirigindo para outros portos, destacando que o porto de São Sebastião (SP), que costuma operar cargas de petróleo e outros líquidos, começou a embarcar açúcar pela primeira vez desde 2005.

A Czarnikow disse que alguns carregamentos de açúcar do Brasil foram adiados de junho para julho por causa do congestionamento portuário.

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Fonte:
Reuters

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