Petrobras eleva preço do diesel em 2%, na 6ª alta seguida; gasolina sobe 4%

Publicado em 12/08/2020 15:15

LOGO REUTERS

Por Gabriel Araujo e Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras aumentará os preços do diesel em 2% e os da gasolina em 4% a partir de quinta-feira em suas refinarias, em momento em que o consumo de combustíveis mostra retomada e os contratos futuros do petróleo acumulam ganhos no mês.

A elevação do diesel é o sexto movimento consecutivo de alta no valor do combustível mais consumido do Brasil, que tem avançado desde o final de maio, de acordo com dados compilados pela Reuters.

Já o novo reajuste da gasolina ocorre após uma redução de 4% realizada no final de julho, que havia sido antecedida por nove altas seguidas.

Com o movimento anunciado pela companhia nesta quarta-feira, o preço médio do diesel nas refinarias da Petrobras deverá atingir 1,7336 real por litro, maior nível desde meados de março, quando o consumo de combustíveis passou a ser fortemente impactado pelas medidas de isolamento social relacionadas à pandemia de coronavírus.

Já o preço médio da gasolina, segundo os números da Reuters, deve chegar a 1,7213 real por litro.

No acumulado do ano, o valor do diesel ainda apura queda de 26%, enquanto o da gasolina tem baixa de cerca de 10%.

O reajuste acontece em momento em que as distribuidoras de combustíveis visualizam uma melhora no consumo, diante das flexibilizações das medidas de quarentena.

A Raízen Combustíveis, braço do grupo Cosan, estimou nesta semana que o setor deve recuperar o desempenho no segundo semestre, ficando em linha com os níveis verificados antes da crise causada pela pandemia.

Na terça-feira, ao divulgar seu balanço do segundo trimestre, a BR Distribuidora afirmou que "continua a observar uma gradual recuperação dos volumes vendidos, o que tem acompanhado a contínua retomada da circulação de pessoas".

Ainda no fronte da demanda, pesquisas da associação NTC&Logística indicam que, ao final de julho, a demanda por transportes rodoviários de cargas no Brasil registrava desempenho superior ao visto em meados de março, também impulsionada pela flexibilização do isolamento.

Os preços médios da gasolina e diesel também têm avançado nos postos brasileiros, com 11 semana seguidas de alta, segundo dados da reguladora ANP na última sexta-feira.

A Petrobras defende que os preços dos combustíveis também acompanham a paridade de importação, que --entre outros fatores-- é influenciado pelas cotações do petróleo no mercado internacional e do dólar.

O petróleo Brent tem sido negociado próximo à marca de 45 dólares por barril, distante das mínimas de cerca de 16 dólares vistas em abril. No acumulado de agosto, o produto registrou alta de cerca de 4%.

Já o dólar opera ao redor dos 5,45 reais, após máximas de cerca de 6 reais neste ano, registrando alta de cerca de 5% no acumulado do mês.

O repasse dos reajustes nas refinarias aos consumidores finais nos postos, no entanto, não é garantido, e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de etanol anidro.

IMPORTAÇÃO FECHADA

Apesar dos reajustes, o mercado para a importação de combustíveis deve continuar difícil, disse à Reuters o presidente-executivo da ‎Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), Sérgio Araújo.

"As janelas para importações continuam fechadas. Os preços internacionais estão subindo e os reajustes anunciados pela Petrobras não alcançam a paridade", disse ele.

Com relação ao mercado interno, ele confirmou que o setor observa uma retomada no consumo.

"A Petrobras está ofertando volumes adicionais em leilões, tirando mercado dos produtos importados", disse ele, em referência à modalidade de venda da estatal no mercado spot.

(Edição de Luciano Costa)

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Fonte:
Reuters

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário