CNA e especialistas apresentam panorama da brucelose e da tuberculose no Brasil
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reuniu, na quinta (26), especialistas da área de saúde animal para discutir o panorama da brucelose e da tuberculose no país. O debate online foi moderado pelo presidente da Comissão Nacional de Bovinocultura de Leite da CNA, Ronei Volpi.
A gestora nacional do Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal, Janice Barddal, foi uma das convidadas da live e explicou que o programa foi instituído em 2001 pelo Ministério da Agricultura para baixar a prevalência e a incidência das enfermidades, visando à erradicação.
“Uma das ações do programa é a realização de estudos de prevalência em várias unidades federativas, com o objetivo de elucidar a situação epidemiológica das doenças no rebanho bovino, indicando melhores condutas e estratégias para vários estados”.
Segundo Janice, para a evolução no controle e na erradicação das doenças, os estados devem elaborar planos de ação contemplando medidas sanitárias adequadas a diferentes realidades, utilizando de forma racional e eficiente os recursos públicos e privados.
“Estudo epidemiológico, vacinação contra brucelose com cobertura vacinal de animais acima de 80%, saneamento obrigatório dos focos e vigilância epidemiológica para detecção de focos são alguns procedimentos a serem adotados”, disse.
De acordo com a gestora, de 2014 a 2018, foram realizados 9,8 milhões de exames de brucelose no país, sendo 19 mil casos notificados. No mesmo período, foram realizados 10,7 milhões de exames de tuberculoses nos animais.
“O envolvimento das cadeias produtivas é fundamental em todo o processo, como já vem ocorrendo em alguns estados. Nós percebemos uma evolução na vigilância e saneamento, mas é preciso trabalhar na eliminação dos animais positivos com rotina”.
Durante a transmissão online, o gerente executivo do Fundo Emergencial de Saúde Animal do Estado de Mato Grosso, Juliano Latorraca, afirmou que a vacinação é a principal arma que o produtor rural tem para diminuir a prevalência da brucelose no rebanho e que os fundos privados são de extrema importância para os estados.
“Em Mato Grosso, as maiores prevalências de focos de tuberculose e brucelose estão nas grandes propriedades de corte que introduzem animais para reprodução e compartilham pastagens. A tuberculose no estado está em fase de erradicação, de saneamento obrigatório e indenização. Já a brucelose está na fase de controle e planejamento através do programa”, informou.
Juliano também destacou algumas ações realizadas no estado, como a educação sanitária em propriedades com mais de 200 matrizes, a criação de um comitê consultivo sobre brucelose bovina e a reestruturação do curso do Senar de vacinadores.
Para ele, os fundos privados, o envolvimento das partes interessadas, o trabalho de risco e estratégia e a conscientização do produtor são fundamentais para erradicação e controle das doenças no país.
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