Demanda chinesa foi a responsável por sustentar os preços da arroba no primeiro trimestre de 2022, aponta Rabobank

Publicado em 30/03/2022 11:01 e atualizado em 30/03/2022 12:52

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Segundo o levantamento realizado pelo banco Rabobank, a demanda externa foi responsável por manter os preços da arroba sustentados no primeiro trimestre de 2022. Pelo lado da demanda doméstica, a situação é mais desafiadora, pois o período de queda sazonal no consumo interno nesse início de ano somado a novos patamares recordes de preços da carcaça bovina tem impactado diretamente nas margens do setor produtivo. 

“A retomada das exportações para a China em meados de dezembro 2021 trouxe novo fôlego para as vendas externas nesse início de ano. A carne bovina embarcada em T4 2021, somou 359 mil toneladas e foi o menor volume registrado nos últimos cinco anos. Com relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram exportadas 553 mil toneladas, a queda é de 35%”, informou o banco holândes. 

Não é somente a demanda chinesa responsável pelo o aumento no volume exportado da carne brasileira, outros mercados como dos EUA, Egito, Chile e Emirados Árabes, que elevaram a demanda pela carne brasileira com a suspensão parcial da China, mantiveram os níveis de compra mesmo com o retorno do país asiático, o que impulsionou os embarques. Em fevereiro de 2022, o volume embarcado foi de 175 mil toneladas, aumento de 42% com relação à fevereiro de 2021.

Em faturamento, o incremento é ainda maior, de 75% (ou USD 965 milhões), consolidando como o melhor fevereiro da história para as exportações. China elevou as importações brasileiras em 18% no comparativo anual e se mantém como principal destino, representando 42% de volume embarcado e 50% de todo faturamento até fevereiro de 2022. Os EUA e o Egito vêm em seguida com participação de 11% e 9%, respectivamente.

No acumulado do ano, o aumento é de 34% em volume e 61% em valor. O Rabobank projeta cenário de recuperação nos embarques entre 4% e 5%, com relação à 2021.”Mesmo o mercado interno representando cerca de 70% da produção total, o cenário de forte demanda para a exportação e queda no consumo interno tem elevado a participação do mercado externo na precificação do boi gordo”, destacou o Analista de Proteína animal do Rabobank, Wagner Yanaguizawa.

O banco ainda ressaltou que a exigência chinesa para compra de gado até 30 meses tem elevado ainda mais a competição entre os frigoríficos e sustentado os altos preços da arroba. “Com o aumento da oferta em algumas regiões de gado terminado a pasto e vacas de descarte, somado a recuperação sazonal da demanda, um cenário de maior pressão nas cotações pode ocorrer, mas, de forma limitada, pois os pecuaristas têm resistido às pressões e mantendo os animais no pasto como estratégia”, concluiu. 

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Por:
Andressa Simão
Fonte:
Notícias Agrícolas

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