DATAGRO: Share das exportações de carne bovina retrai significativamente em fevereiro e março do ano corrente

Publicado em 12/05/2023 17:32

O share de exportação representa a proporção do total produzido destinado ao mercado externo, uma importante medida de sensibilidade do mercado em relação à relevância das exportações de proteína para a formação de preços no Brasil. 

Do lado da oferta, os resultados preliminares do IBGE para o 1º trimestre do ano corrente apontaram uma alta de aproximadamente 4,74% YoY no número de bovinos brasileiros abatidos formalmente, viés que também foi observado no volume total produzido de carne bovina, porém com uma menor intensidade por conta do peso médio de carcaça marginalmente inferior, com a maior representatividade de fêmeas.

Já em relação às exportações, com o embargo chinês perdurando por cerca de um mês entre fevereiro e março, dados da ABIEC apontam que os embarques de carne bovina (considerando in natura, industrializada, miúdos etc) do 1º trimestre de 2023 totalizaram 475,5 mil toneladas, uma queda de aproximadamente 9% ante o 1º trimestre de 2022 (YoY).

Assim, com mais oferta de proteína e exportações menos volumosas, a demanda externa perdeu relevância na formação dos preços da arroba bovina nos primeiros três meses do ano corrente. Esse é um fundamento extremamente relevante, dado que as importações de carne brasileira principalmente da China tem sido um importante fator de sustentação das cotações do animal terminado nos últimos anos.

A expectativa para os próximos meses é de que os embarques de proteína bovina retomem sua relevância na demanda estrutural por carne brasileira e potencialmente contribuam para alguma sustentação das cotações, dado que os resultados preliminares do SECEX divulgados no início dessa semana já apontam um aquecimento significante das exportações tanto em termos de volume quanto de preços médios por tonelada exportada. 

A DATAGRO avalia que o share de exportação de carne bovina do Brasil deve voltar a buscar os 25% a 30% do total produzido observados em 2022 ao longo do ano, apesar de que alguma limitação também deve ser imposta pela perspectiva de incremento na oferta da proteína por conta da fase de descarte de matrizes do ciclo produtivo local.
 

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Fonte:
Datagro

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