Valor do bezerro tem recuperação de preços
Em 2024, a carne de boi subiu R$20,8% (IBGE), mexendo com todo o mercado pecuário. Já 2025 iniciou com uma baixa no produto, devido a maior oferta de animais, o boi de pasto, mas muitos especialistas apostam numa virada do ciclo pecuário no segundo semestre. Os pecuaristas têm visto um aumento na procura dos animais para a recria, o que contribui para uma subida das cotações do bezerro. Com o aquecimento da atividade no país, a Emater-MG espera uma retomada dos investimentos no setor, dentre elesas feiras e leilões doprograma Pró-Genética.
De acordo com dados do Cepea (analisados pela Emater-MG), a tendência de alta do bezerro teve início em setembro de 2024, quando o nelore macho (8 a 12 meses) estava cotado a R$2.100,00. O valor do bezerro foi aumentando todos os meses, chegando a R$2.650,00 em janeiro deste ano, ou seja, 26% de valorização do animal. Atualmente, a arroba do bezerro nelore em Minas Gerais está valendo R$337,27 (3 de março/Scott Consultoria).
“A cria e recria tiveram um longo período de preços desvalorizados e agora vemos um cenário de recuperação. Historicamente, o valor médio do ágio da arroba do bezerro em relação a arroba do boi é de 25% e, atualmente, esse índice é de 21%, o que sugere que uma continuação da tendência de alta de preços dos animais de recria”, comenta o coordenador técnico Estadual de Bovinocultura da Emater-MG, Manoel Lúcio Pontes Morais.
Exportações em alta
Segundo o coordenador, a oferta reduzida de animais devido ao elevado abate de fêmeas nos últimos dois anos é um dos fatores que contribuem para as expectativas de valorização do preço do bezerro. “Em 2025, o mercado pecuário brasileiro segue cauteloso pelo baixo poder aquisitivo da população e os juros altos, que desestimulam os investimentos em atividades produtivas. Mas a baixa oferta de animais e as exportações em alta geram uma expectativa de que, no segundo semestre, a atividade de cria seja bastante rentável”, esclarece Manoel.
No entanto, o coordenador da Emater-MG faz um alerta aos pecuaristas, de que não adianta um mercado de reposição aquecido se a rentabilidade da atividade não for boa. “Mas importante que o preço é a margem de lucro. Os custos de produção também tiveram uma forte elevação. Para aumentar a rentabilidade do negócio, o produtor precisa aprimorar as práticas da atividade, dentre elas a gestão da propriedade e a melhoria genética dos animais”, salienta Manoel.
Pró-genética
De acordo com o coordenador da Emater-MG, as feirasdo Programa de Melhoria da Qualidade Genética do Rebanho Bovino de Minas Gerais (Pró-Genética / Pró – Fêmeas) são uma excelente forma de o produtor adquirir animais melhores do rebanho. “Com o fim das chuvas, as feiras e os leilões começarão a ocorrer. A expectativa da Emater-MG, da secretaria estadual de Agricultura, da ABCZ e demais parceiros é fazer mais de 20 feiras do Pró-Genética esse ano”, diz.
O Pró-Genética é uma iniciativa é do Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Associação Brasileira dos Criadores de Girolando e o apoio de associações de criadores, agentes financeiros, sindicatos, cooperativas e prefeituras. A ideia é facilitar a compra de touros e fêmeas melhorados geneticamente, por meio de feiras e leilões, com valores mais em conta e financiados.
Entre as feiras do Pró-Genética já marcadas estão os eventos em Araxá (dia 10 de abril), Araçuaí (dia 25 de abril) e Martinho Campos (dia 8 de maio). “Um bom touro, na raça adequada, com andrológico apto para a reprodução, pode ser um instrumento para melhorar a eficiência reprodutiva do rebanho e o lucro do negócio de produção de bezerros”, recomenda Manoel.
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