Café na Semana: Cotações futuras registraram valorização com possibilidade de geadas no Brasil
Durante esta semana, os futuros do café negociados na Bolsa de Nova York (Ice Futures) registraram uma valorização devido às previsões climáticas para a região Sul do Brasil, que indicam a chegada de uma massa polar nos próximos dias. A expectativa é que o evento avance para a região Sudeste e atinja importantes regiões produtoras.
Segundo a meteorologista da Somar Meteorologia, Desirée Brandt, temperaturas abaixo de 3ºC são suficientes para ocasionar geadas e, consequentemente, possíveis perdas para as plantações. A massa de ar frio traz risco maior para o PR, já que em algumas regiões do estado as temperaturas podem ficar abaixo de 0ºC no início da próxima semana. No entanto, o evento perde forças e não será suficiente para trazer riscos de geadas para o Sul de Minas Gerais e a região da mogiana paulista.
Outro fator que também dá suporte aos preços futuros é a queda nas exportações do grão do Vietnã. Em junho, os embarques do café somaram 88.387 toneladas, um recuo de 24,3% em relação ao mês de maio e 37,5% menor do que o registrado em igual período de 2012. O volume também é mais baixo do que estimado pelo Escritório Geral de Estatísticas no final do mês anterior, de 91 mil toneladas. O país é o segundo maior produtor mundial.
Em balanço semanal, o contrato setembro/13 do café arábica apresentou uma elevação de 119,40 centavos de dólar por libra-peso, fechamento da última sexta-feira (12), para 127,55 cents no encerramento de ontem (18). O número representa uma valorização de 6,8%.
Mercado interno – A alta nas cotações do café no mercado internacional também refletiu nos preços no mercado físico brasileiro. Na região Sul de Minas Gerais, no mesmo período, a saca do café arábica bebida dura aumentou de R$ 270,00 para R$ 290,00. Apesar da elevação nas cotações, os valores ainda estão abaixo dos custos de produção.
Em reunião, nesta quinta-feira (18), um grupo técnico da cafeicultura e representantes do setor debateu o atual cenário da atividade no país. Durante o encontro, os representantes propuseram que sejam feitos contratos de opções públicas para a aquisição do café pelo Governo Federal. A proposta será definida em reunião no próximo dia 25 pelo Conselho Deliberativo de Política do Café.
Além disso, o Ministro da Agricultura, Antônio Andrade, sinalizou que serão lançados mecanismos de comercialização que estiverem à disposição do Ministério. “Os contratos de opções serão feitos o mais rápido possível, o que depende é do consenso do setor para podermos alavancar os preços do café”, disse o ministro.