Café: baixas de mais de 400 pontos em NY confirmam mercado volátil

Publicado em 01/07/2014 17:48

Mais uma sessão surpreendente na (Bolsa de Nova Iorque Ice Futures US) para as cotações do café arábica. Depois das altas de mais de 250 pontos registradas na segunda-feira (30), os preços voltaram a cair nesta terça-feira (01), confirmando grande volatilidade no mercado. O vencimento setembro registrou máximas de 175,25 centavos de dólar por libra-peso e mínimas abaixo do patamar de 170, para 169,65 cents/libra-peso, 560 pontos de diferença. 

“Esse cenário ainda vai se repetir por um tempo, enquanto o mercado aguarda novas informações. São ajustes técnicos que geram essas oscilações diárias”, explicou o analista de mercado Eduardo Carvalhaes. 

Os contratos com entrega para setembro e dezembro registraram queda de 415 pontos, para 170,95 cents/libra-peso e 174,55 cents/libra-peso respectivamente. Enquanto que o vencimento março/2015 anotou 177,80 centavos/libra-peso e maio/2015 fechou em 179,70 cents/libra-peso, com 405 pontos de decréscimo. 

Segundo Fernando Barbosa (presidente do Conselho Regional de Café da região de Guaxupé-MG), os maiores compradores de café já fizeram as aquisições do produto. Sendo assim, apenas traders menores entram no mercado, e consequentemente esse pode ser um dos fatores para a derrubada de preços. 

Já o presidente da Cocatrel (Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas - MG), Francisco Miranda, acredita que “o mercado está muito sensível e ainda há incertezas quanto ao volume da safra brasileira”.

Prazo para pagamento da 1ª parcela da renegociação
Esta terça-feira (01) marcou também o dia para pagamento dos 20% das dívidas renegociadas direcionadas a investimentos em 2013 ao Banco do Brasil. 

Em decorrência dos baixos preços do café arábica no ano passado, que prejudicaram as finanças de muitos produtores do grão, o Conselho Monetário Nacional autorizou uma renegociação das parcelas vencidas e vincendas referente a custeio, investimento e comercialização do produto.  

“Para quitar essa parcela, muitos produtores estão vendendo café, isso também afeta para que o cenário seja baixista”, concluiu Fernando.

Torre de Babel
A todo o momento, notícias aparecem na mídia com indicações do volume da safra brasileira. Porém, cada cenário tem informações diferentes sobre a real quebra da produção do país. O cerrado, por exemplo, e algumas regiões paulistas seguem confirmando uma boa safra. Enquanto que o sul de Minas terá quebra confirmada de 30 a 40%. 

 “Qualquer medida que se fala, gera essa volatilidade no mercado”, contou Fernando. 

Enquanto cada um “fala uma língua”, o mercado internacional segue apostando em números otimistas quanto à produção brasileira e isso é refletido no apanhado de junho, que apresentou tendência de queda de cotações, de acordo com boletim divulgado pela CNC sobre o balanço mensal. 

Tendência altista
Apesar de informações desencontradas quanto a real quebra na produção nacional, Francisco Miranda aposta no avanço da colheita do próximo mês para a recuperação dos preços. “Pra mim, não existe a possibilidade dos valores descerem, porque a quebra no país é real e vai ser confirmada”.

O presidente do Conselho Regional de Café da região de Guaxupé-MG concorda com essa afirmativa e adiciona que setembro deve ser o prazo para ratificar essa teoria. 

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Tags:
Por:
Talita Benegra
Fonte:
Notícias Agrícolas

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