CNC: Mercado climático causa grande volatilidade nos preços futuros do café arábica

Publicado em 26/09/2014 16:19 e atualizado em 26/09/2014 17:34
Em rodada de reuniões, diretor executivo da OIC entrega vídeo institucional do CNC demonstrando que os Cafés do Brasil são os mais sustentáveis do mundo.

BALANÇO SEMANAL — 22 a 26/09/2014

 

CAFÉS DO BRASIL, OS MAIS SUSTENTÁVEIS DO MUNDO — Nesta semana, foi realizada, em Londres (ING), a 113ª Sessão do Conselho Internacional do Café e demais reuniões da Organização Internacional do Café (OIC). De segunda-feira, 22, até hoje, os representantes dos setores público e privado dos organismos internacionais debateram assuntos econômicos, estatísticos, comerciais e financeiros do mercado cafeeiro, os quais detalharemos em nosso próximo balanço.

Conforme decidido na rodada de reuniões de março passado, o Conselho Nacional do Café, através de suas cooperativas, elaborou um vídeo institucional sobre os Cafés do Brasil, que foi entregue pessoalmente pelo diretor executivo da OIC, Robério Silva, às demais delegações internacionais presentes no encontro. A mídia tem o intuito de demonstrar toda a sustentabilidade da produção brasileira de café, desde o pequeno até o grande produtor.

CAFEICULTURA FAMILIAR — Destacando que nossa cafeicultura é composta por mais de 90% de agricultores familiares, dos quais três quartos cultivam em propriedades inferiores a 5 hectares, expusemos que esses respondem por aproximadamente a metade da colheita nacional e são a base da garantia de suprimento que torna o Brasil atrativo frente a nossos clientes, haja vista que produzem mais de 20 milhões de sacas anualmente e, se fossem um país, seriam o segundo maior produtor do mundo.

O material elaborado pelo CNC evidenciou a produtividade, a qualidade e a sustentabilidade no processo produtivo, demonstrando que nossos cafeicultores são verdadeiras empresas e extremamente comprometidos com a rígida legislação brasileira, oferecendo as melhores condições aos funcionários e as melhores práticas ao meio ambiente.

Além disso, foi evidenciado o amplo acesso a modernas tecnologias para a produção do café, desde os tratos culturais, com a aplicação de insumos de forma sustentável, passando pela colheita, com equipamentos individuais ou colheitadeiras coletivas, e a utilização de máquinas de beneficiamento na própria fazenda e acesso ao rebenefício em locais adequados para a armazenagem.

ORGANIZAÇÃO EM COOPERATIVAS — Salientamos, obviamente, que tudo isso é possível devido à organização dos produtores em cooperativas, as quais lhes conferem escala para a aquisição de insumos e equipamentos, prestam assessoria técnica e oferecem armazenagem com custos acessíveis, comercialização justa, financiamento de capital de giro e orientação para acesso ao crédito rural. Apoio este que garante o suprimento presente e futuro ao mercado com cafés brasileiros.

A organização da cadeia produtiva em cooperativas permite que o produtor brasileiro receba, em média, mais de 85% do preço da exportação do café, um recorde mundial, o que lhes confere condições econômicas mínimas para a adoção de práticas sustentáveis e o pleno cumprimento da rigorosa legislação ambiental e trabalhista do País.

LEGISLAÇÃO E DIVERSIDADE — Entre elas, o Código Florestal Brasileiro exige que, no mínimo, 20% da propriedade rural sejam destinados às Reservas Legais, áreas com vegetação natural que podem ser exploradas com manejo sustentável. Além disso, o Código Florestal também determina a proteção das áreas que estão, no mínimo, a 30 metros de distância das margens de rios e lagos, encostas ou topos de morro, as chamadas Áreas de Preservação Permanente (APPs).

A diversificação de culturas feita pelos pequenos produtores também foi lembrada. Ao alternarem o cultivo de café com hortaliças, pomar e criação de pequenos animais, por exemplo, essas famílias passam a ter um importante complemento de renda. Além disso, destacou-se a conservação da água, um grande diferencial da cafeicultura no Brasil. Mostramos que o sistema por "via seca", que produz cafés naturais, é o mais utilizado no País e, como o próprio nome informa, é o que menos consome água. Já a produção de cereja descascado adota tecnologias de baixo consumo hídrico e é comum a reutilização da água residual em outras atividades na própria fazenda. Destarte, os demais resíduos são aproveitados em compostagem para a posterior adubação do solo e a palha do café também é empregada como combustível para a secagem dos grãos.

PREOCUPAÇÃO SOCIAL — Além de ser o maior gerador de empregos no campo, comunicamos ao mundo que os funcionários da cadeia produtiva do café são beneficiários de amplo e rigoroso conjunto de leis que lhes conferem direitos trabalhistas e condições dignas. Entre eles, destacamos: (i) recebimento de salário mínimo; (ii) limitação da jornada semanal; (iii) descanso e férias remuneradas; (iv) 13º salário; (v) seguro desemprego; (vi) previdência social; (vii) e acesso ao sistema nacional de saúde.

A preocupação com o bem-estar e a segurança das famílias que trabalham com café é uma constante. Para quem não mora na propriedade, meios de transporte adequados e seguros são oferecidos. As refeições são realizadas em locais apropriados, banheiros adequados são disponibilizados e as casas ou dormitórios são de qualidade. Para a segurança, uma série de cuidados é observada, envolvendo treinamento e orientação para manuseio e aplicação de agrotóxicos e para a operação de maquinários e equipamentos. Os produtores de café também oferecem aos familiares e funcionários os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), que são obrigatórios durante todo o processo de produção.

PENSANDO NO FUTURO — No Brasil, as crianças com até 16 anos de idade não trabalham e são proibidas de trabalhar. As que moram em propriedades rurais vão à escola em ônibus escolares ou atendem à escola dentro da própria área em que residem. A inclusão digital dos trabalhadores rurais e seus filhos também é destaque e crescente no País, assim como é uma realidade a transferência de conhecimentos e o ensino escolar técnico para adultos no campo.

NOSSA PRODUÇÃO SUSTENTÁVEL — Como evidenciado, a alta produtividade, com respeito ao meio ambiente e aos trabalhadores, é uma realidade e uma obrigação na produção dos cafés nacionais, sendo esta estrutura responsável por o Brasil não apenas ser o produtor dos cafés mais sustentáveis do planeta, mas também ser o maior produtor de cafés sustentáveis do mundo.

São mais de 20 milhões de sacas de cafés sustentáveis oferecidas anualmente ao mercado, atendendo ao volume que o mercado requer e, principalmente, com um leque de qualidades únicas, englobando cafés diferenciados, especiais e microlotes produzidos por pequenos, médios e grandes cafeicultores. Ou seja, quando o assunto é sustentabilidade, nós somos os mais exigentes.

O vídeo é concluído com uma apresentação que expõe ao mundo o Brasil como extremamente competitivo na produção de café, ciente de nossas responsabilidades e obrigações junto ao meio ambiente e ao trabalhador brasileiro. Aliado a isso, demonstramos nosso ganho de produtividade e a capacidade dos nossos trabalhadores, o que, certamente, nos dá a certeza que o Brasil continuará sendo o maior player e o principal fornecedor de café do planeta.

MERCADO — O mercado climático está causando grande volatilidade nos preços futuros do café arábica. Mesmo com a ocorrência de chuvas sobre as origens brasileiras, predomina a incerteza quanto à suficiência dos volumes para favorecer as floradas da próxima safra. A forte desvalorização do real ante o dólar também tem influenciado o comportamento das cotações, uma vez que cria expectativa de maiores volumes exportados pelo Brasil.

Segundo a Somar Meteorologia, a previsão para os próximos dias é de chuvas sobre as principais regiões produtoras brasileiras de café, porém com poucas chances de precipitação no Cerrado e na Zona da Mata Mineira. A empresa também alertou que as chuvas somente ficarão regulares e com bons volumes a partir da segunda quinzena de outubro no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

No Brasil, a cotação do dólar chegou a atingir o maior valor desde fevereiro, principalmente devido às especulações relativas ao período eleitoral. Os investidores também têm testado a atuação do Banco Central ante a escalada dos valores da moeda norte-america, o que tem impulsionado maiores altas. Na quinta-feira, o dólar comercial foi cotado a R$ 2,4299, acumulando valorização de 2,4% na semana.

Diante desse cenário, os valores de fechamento do vencimento dezembro do contrato C variaram entre a mínima de US$ 1,794 e a máxima de US$ 1,891 por libra-peso nesta semana, na ICE Futures US. O fechamento do pregão da quinta-feira, na Bolsa de Nova York, deu-se a US$ 1,823 por libra-peso, representando alta acumulada de 430 pontos na semana.

Os futuros do café robusta negociados na Liffe acompanharam os movimentos da bolsa nova-iorquina, com o vencimento novembro do Contrato 409 sendo cotado, ontem, a US$ 1.944 por tonelada, acumulando leve alta de US$ 4 na semana.

O mercado físico brasileiro manteve a baixa liquidez, mesmo com a discreta valorização dos preços. Os indicadores do Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 419,34/saca e a R$ 248,07/saca, respectivamente, com variação de 1,7% e 0,3% no acumulado da semana.

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CNC

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