Café: NY inverte e opera em baixa com ampla volatilidade; próximos meses devem ser de alta expressiva
A Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica inverteu a alta registrada pela manhã e opera em baixa no início da tarde desta quarta-feira (15) em uma fase de estudo com relação a questão climática no Brasil.
Por volta das 12h38, o contrato dezembro/14 registrava 219,20 cents de dólar por libra peso com baixa de 270 pontos, o março/15 anotava 223,15 cents/lb com desvalorização de 260 pontos. O maio/15 trabalhava com queda de 215 pontos cotado a 225,45 cents/lb e o julho/15 tinha queda de 220 pontos operando com 226,50 cents de dólar por libra peso.
De acordo com o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Sérgio Carvalhaes, o mercado registra alta volatilidade a medida que pipoca na bolsa americana informações sobre a seca no Brasil. "Os boatos verdadeiros ou não sobre a falta de chuva causam pressão na Bolsa. Observamos uma volatilidade de mais de 700 pontos hoje em Nova York", afirma.
Segundo Carvalhaes, mesmo com a alta no mercado externo, o mercado físico continua travado."Os cafeicultores estão segurando o café porque se negam a vender o produto pelo preço ofertado".
Os compradores por outro lado tentam não transparecer, mas estão preocupadosem com a questão climática no Brasil e altas mais elevadas podem ser registradas. "Esse fator climático é inédito na cafeicultura nacional, se os estragos se confirmarem e não vier chuvas para estancar novas perdas teremos altas ainda maiores", diz o analista que acredita em segurada nos preços. "O mercado só não sobe mais porque os agentes ainda não acreditam na situação. Eles seguram o mercado artificialmente, mas no longo prazo podemos ver preços ainda mais altos".
No entanto, apesar do preço alto o produtor com baixa produção não deve se beneficiar. Segundo Carvalhaes, a dica é que os cafeicultores analisam sua produção e façam vendas pensando nos próximos dois anos.
Segundo o analista, as previsões climáticas apontam possibilidade de chuva a partir do dia 21 ou 22 de outubro nas regiões produtoras.
Na sessão anterior, a bolsa americana também registrou alta influenciada pela questão climática no Brasil com altas temperaturas e a seca que perdura desde o início do ano. De acordo com representantes de cooperativas entrevistados pelo site, todas registram quebra na safra atual. Segundo o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino, a quebra no Sul de Minas — importante região produtora de arábica —, deve ficar entre 25% e 30%. Com isso, a preocupação para a próxima safra é inevitável.
lucimar jose de faria passos - MG
não se esqueçam que a safra de 2016 ja esta sofrendo.