Café: Bolsa de NY cai mais de 400 pts nesta 4ª com florada no Brasil e previsão de melhora no clima

Publicado em 11/10/2017 18:06

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As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) caíram mais de 400 pontos nesta quarta-feira (11) com as chuvas recentes no Brasil, maior produtor e exportador, e as recentes floradas. Com isso, o vencimento mais próximo já voltou a trabalhar abaixo de US$ 1,30 por libra-peso. As exportações brasileiras assustaram o mercado, mas não repercutiram nos preços.

O contrato dezembro/17 fechou a sessão de hoje cotado a 126,65 cents/lb e queda de 435 pontos, o março/18 registrou 130,40 cents/lb com recuo de 430 pontos. Já o vencimento maio/18 encerrou o dia com 132,90 cents/lb e desvalorização de 415 pontos e o julho/18, mais distante, caiu 415 pontos, fechando a 135,25 cents/lb. O mercado perdeu praticamente todos os ganhos dos últimos dias.

A forte queda no mercado do arábica nesta quarta, após dias seguidos de avanço, foi atribuída as melhores expectativas com as chuvas no cinturão produtivo do Brasil e diante dos recentes relatos das floradas que abriram com as chuvas dos últimos dias. A seca estava preocupando envolvidos do mercado com a produção na próxima temporada.

"Após quatro sessões seguidas de alta, as cotações futuras do café arábica fecharam com baixa acentuada na Bolsa. Boa parte dos ganhos acumulados nos últimos dias foram devolvidos. Notícias de abertura de boas floradas nos cafezais e expectativa de chuvas para a próxima semana contribuíram para a queda dos preços", disse em relatório o analista de mercado da Origem Corretora, Anilton Machado.

Conforme reportado ontem, a principal florada da safra 2018/19 já pode ser vista em importantes regiões produtoras de café do Brasil. Ainda não são todas as lavouras que têm essa condição, mas nos próximos dias o cenário deve ser mais uniforme, segundo relatos dos produtores. Apesar das belas imagens enviadas pelos cafeicultores ao Notícias Agrícolas e postadas em redes sociais, uma produção excepcional está descartada.

De acordo com institutos meteorológicos brasileiros, o clima deve seguir quente e seco nas principais origens produtoras pelos próximos sete dias. No entanto, mapas mais estendidos mostram que a chuva deve voltar a beneficiar o cinturão brasileiro de grão a partir do dia 15. Mas essas são tendências a longo prazo que ainda podem não se confirmar.

"Parece um pouco mais úmido no Brasil" para a próxima semana, disse Carlos Mera, analista sênior de commodities do Rabobank ao site internacional Agrimoney. Ainda assim, o executivo acrescente que as perspectivas de chuvas estão "bem abaixo do que gostaria de ver". Há alguns dias que não chove volumes expressivos em áreas produtoras de café do país.

Agências internacionais reportaram durante o dia que investidores ficaram impressionados com dados divulgados de exportação do Brasil em setembro. No entanto, isso pouco influenciou nos preços.

De acordo com dados do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), a exportação de café do Brasil totalizou 2,29 milhões de sacas de 60 kg em setembro, com receita cambial alcançando US$ 381,4 milhões, resultando no preço médio de US$ 165,89. Uma queda de 12,9% em relação ao volume do mês anterior e recuo de 25% ante o mesmo período de 2016. No acumulado do ano civil (janeiro a setembro de 2017), o país já exportou mais de 21,9 milhões de sacas.

"Na comparação com o mês anterior, a retração foi de 12%. No paralelo com o mesmo período do ano passado foi de 25%. Atribuímos dois fatores para esse movimento: reflexo da menor safra e a resistência dos produtores em vender o café. Com esse resultado, é muito instável prever qualquer movimento daqui pra frente, afinal, setembro sempre foi considerado um mês forte, com bons resultados", disse Nelson Carvalhaes, presidente do Cecafé.

Mercado interno

O mercado brasileiro de café segue com pouquíssimos negócios. Os preços não atraem os produtores, nem mesmo com as altas dos últimos dias com preocupação com a produção em 2018/19. "O produtor de café nesses preços atuais vai vendendo para pagar a conta", afirma o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes.

Nesta quinta-feira (12) será feriado de Nossa Senhora da Conceição Aparecida no Brasil e a maioria das praças de comercialização devem voltar aos trabalhos apenas na próxima semana.

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca a R$ 500,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 2,32% e saca a R$ 463,00.

O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 480,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Poços de Caldas (MG) com queda de 2,37% e saca a R$ 453,00.

O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Varginha (MG) com saca a R$ 460,00 – estável. A maior oscilação no dia dentre as praças ocorreu em Araguari (MG) e Franca (SP), ambas com queda de 4,26% e saca a R$ 450,00.

Na terça-feira (10), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 454,45 e alta de 0,04%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

    Quer dizer que a Bolsa de Valores agora somente é guiada pelas catástrofes?... O preço somente sobe se houver um furacão, geadas violentas, secas etc e tal. .. não sendo mais o consumo do café que vai regular os preços... e olha que a China esta aumentando o consumo e lá são mais de 2 bilhões de habitantes... A OPEP é que está certa... Vem carro elétrico, à bateria, carro movido a água, hidrogênio e energia solar, eólica .. e os preços só sobem.., já o café não... Se aparece um arzinho diferente, os preços desabam....

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    • Francisco Lopes Cambé - PR

      Caro Victor: Os produtores de café somente vão alcançar preços justos, que remunerem a atividade, quando tiverem uma associação nacional legitima de defesa dos produtores e aprendam a se unir e reter o café, só vendendo quando os preços condizentes com os gastos e com um lucro justo. Não podemos ficar à merce somente da lei da oferta e da procura e que, por força dela, os preços já deveriam estar em patamares mais altos... mas que logo, logo tendem a melhorar... As exportações brasileira atuais demonstram a escassez do produto, a cada ano a produção é menor... e diante destes preços tende a desabar... pois não é possível tratar adequadamente a lavoura... que está a cada dia se deteriorando... sem contar com a seca que já retirou cerca de 20% a 30% da produção de 2018 e se continuar ...colheita só em 2019, e se DEUS QUISER.

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    • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

      Caro Francisco, nós teríamos união se as Cooperativas não funcionassem como Bancos e empregadoras dos parentes...Bastava que utilizassem a força dos cooperados para obterem os objetivos que todos nós esperamos ...Acontece que estes milhares de cooperados são usados nunca em função de obterem uma melhoria...sou sócio desde a década de 60 e continuo esperando...Porque não existe uma união das cooperativas que e muito mais fácil, criando esta tão sonhada união dos produtores rurais empunhando uma única bandeira...

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    • Marcelo Castro dos Santos Rio Paranaíba - MG

      Cadê a tal chuva aqui na região de rio Paranaiba (MG),... só calorão de 33 a 35 graus... flores eu vejo todo ano, mas café beneficiado é outra historia...

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    • Francisco Lopes Cambé - PR

      Caro Victor: Lamentavelmente, no Brasil, as chamadas "Cooperativas", muito pouco ou em nada beneficiam o produtor, agem e funcionam como verdadeiras empresas: só visam lucros, são grupos de pessoas que se unem para ganhar gordos lucros nas costas do frágil produtor. É NECESSÁRIO QUE O PRODUTOR E DE QUAISQUER SEGMENTOS, SE UNA NA SUA ATIVIDADE E MONTE SUA PRÓPRIA COOPERATIVA, SEM VISAR LUCROS E APENAS BENEFICIO AO PRODUTOR, TRABALHANDO EM PROL DA CLASSE, RETIRANDO APENAS O SUFICIENTE PARA COBRIR OS GASTOS DA COOPERATIVA... ESSE, É O CAMINHO, MEU AMIGO VICTOR....

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    • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

      A Bolsa de Valores faz a vezes do SUPREMO, mas nós que fazemos parte da parte produtiva, seriamos uma espécie de Senado e teríamos que opinar sobre esta violenta imposição de preços...

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    • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

      Estava pensando e cheguei a uma dura conclusão... O que deve ter de produto falsificado e sem o comprovante de bula, deve ser uma enormidade... Mas não custa nada irmos pela Marca do produto, aquela marca tradicional, que dá muito mais segurança na hora de aplicar o produto... Nesta corrupção que está envolvido do pais, já pensaram que moleza entrar numa destas...

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