Café: Bolsa de Nova York fecha sessão desta 4ª com leve alta em dúvida com safra brasileira
Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão desta quarta-feira (18) com leve alta, mas consolidando o território positivo e se recuperando das mínimas de mais de três meses. Operadores no terminal acompanham as informações sobre o clima no Brasil, já que pelos próximos dias não são previstas chuvas, e a florada está acontecendo no país.
Os lotes com vencimento para dezembro/17 fecharam a sessão de hoje cotado a 124,30 cents/lb com alta de 15 pontos, o março/18 registrou 128,10 cents/lb com avanço de 10 pontos. Já o contrato maio/18 encerrou o dia com 130,55 cents/lb e valorização de 10 pontos e o julho/18, mais distante, também subiu 15 pontos, fechando a 132,95 cents/lb.
Gráfico do mercado do café na Bolsa de Nova York nesta 4ª feira – Fonte: Investing
"Precipitações abaixo do normal são esperadas na maior parte de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. Chuvas acima do normal provavelmente devem ocorrer no extremo sul de Minas Gerais, São Paulo e Paraná", disse à Reuters internacional nesta quarta a MDA Information Systems em uma previsão de seis a dez dias para as regiões cafeeiras do Brasil.
Conforme reportado na semana passada, a florada do café arábica da safra 2018/19 já acontece em praticamente todas as regiões produtoras do Brasil, maior produtor e exportador do grão no mundo. Na visão dos operadores externos, elas são muito boas mas há dúvidas com o pegamento com as fortes chuvas. Poucos envolvidos no mercado ainda acreditam em safra recorde para 2018.
Para o analista de mercado e diretor da Comexim nos Estados Unidos, Rodrigo Costa, operadores no terminal externo já tem assimilado uma safra menor de café em 2018, abaixo de 60 milhões de sacas. Apesar de terem floradas, algumas lavouras brasileiras tiveram bastante desfolha porque ficaram meses sem chuvas. Conforme relatos de agrônomos, essa condição fatalmente impactará na produção.
Mercado interno
Os negócios com café seguem acontecendo de forma lenta no mercado físico brasileiro. As floradas registradas no Brasil contribuíram para o cenário de baixa liquidez nas principais praças de comercialização do país. Dados de comercialização mostram atraso nas vendas em relação ao ano passado.
"Com a florada aberta em grande parte das principais regiões produtoras de arábica do Brasil e a consequente sinalização de aumento na produção, os preços internos e externos têm recuado com força. Além disso, com o feriado de Nossa Senhora Aparecida na quinta-feira, 12, agentes se retraíram das negociações e a liquidez interna permaneceu baixa nos últimos dias", disse o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP).
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O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca a R$ 500,00 – estável. A maior oscilação dentre as praças no dia ocorreu em Poços de Caldas (MG) com alta de 0,22% e saca a R$ 461,00.
O tipo 4/5 registrou maior valor de negociação em Franca (SP) com saca a R$ 470,00 com alta de 2,17%. Foi a maior oscilação no dia dentre as praças.
O tipo 6 duro anotou maior valor de negociação em Araguari (MG) (estável), Franca (SP) (estável), Patrocínio (MG) (estável) e Varginha (MG) (estável), ambas com saca a R$ 450,00. A maior oscilação no dia ocorreu no Oeste da Bahia (AIBA) com queda de 2,25% e saca a R$ 435,00.
Na terça-feira (17), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 440,54 e alta de 0,19%.