Café: Bolsa de Nova York testa reação nas últimas sessões, mas acumula queda de 1,5% na semana

Publicado em 15/12/2017 16:40

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As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerram a semana com queda acumulada de cerca de 1,5% nos principais vencimentos. O mercado iniciou a semana em baixa diante do otimismo com a próxima safra e com melhores condições climáticas no Brasil. No entanto, os preços voltaram a subir com suporte dos indicadores gráficos e dados de exportação.

No mercado interno, os negócios com café continuam lentos com agentes já fazendo os balanços do ano e distantes das mesas de negócio. (Veja mais informações abaixo)

Na sessão de hoje, o contrato dezembro/17 fechou cotado a 116,90 cents/lb com queda de 225 pontos, o março/18 registrou 120,70 cents/lb com avanço de 40 pontos. Já os lotes com vencimento para maio/18 encerraram o dia com 122,85 cents/lb e valorização de 40 pontos e o julho/18, mais distante, teve ganhos de 40 pontos, fechando a 125,10 cents/lb.

Nas últimas três sessões, as coações do arábica na ICE se recuperaram levemente das mínimas de mais de cinco meses, em cerca de 1,20 por libra-peso. O mercado teve suporte técnico, principalmente, mas segundo a Reuters internacional, a divulgação das baixas exportações de novembro do Brasil, maior produtor e exportador do grão, também contribuíram para a reação.

O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) informou na terça-feira que as exportações de café do Brasil totalizaram 2,78 milhões de sacas de 60 kg em novembro, com receita cambial chegando a US$ 460,6 milhões e o preço médio em US$ 165,34. Em termos de volume embarcado, houve uma queda de cerca de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior.

"O mercado de exportação de café segue dentro do previsto. Os embarques apresentam números dentro do esperado e devem finalizar o ano civil com 30/31 milhões de sacas. O primeiro semestre de 2018 não deve apresentar surpresas, com a performance da exportação brasileira seguindo tranquila", afirma o presidente do Cecafé, Nelson Carvalhaes.

Apesar dos ajustes para cima no mercado, o clima segue no radar dos operadores de mercado, que veem com otimismo as recentes chuvas no cinturão produtivo brasileiro e já estimam safra mais alta em 2018 do que era esperado inicialmente. "A atenção já está focada na próxima safra brasileira... É provável que ela seja muito maior novamente", disse o Commerzbank em nota de mercado recente.

Portanto, apesar da valorização, novas baixas não estão descartadas já pesa que do lado fundamental essas informações de clima. "As chuvas, se continuarem em janeiro e fevereiro, farão com que o Brasil colha uma boa safra de ciclo alto, mas que não chegará perto dos números sonhados pelos compradores.", disse em informativo o Escritório Carvalhaes.

Após bons volumes nos últimos dias, a Somar Meteorologia aponta tendência de diminuição nas precipitações na região Sudeste do país. As pancadas de chuvas apresentarão menor intensidade em relação ao início da semana, com exceção ao Espírito Santo, que poderá receber elevados volumes acumulados em algumas áreas. As informações foram reportadas pelo CNC (Conselho Nacional do Café).

Mercado interno

Os negócios com café seguem lentos nas praças de comercialização do Brasil, em ritmo de final de ano, após aquecimento no início do mês segundo reporte do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP) durante a semana.

"Após consecutivas desvalorizações, agentes deixaram o mercado, travando as negociações... O principal fator que deve limitar as negociações em dezembro é a questão fiscal, devido ao imposto de renda, que tende a manter produtores afastados do mercado no restante do mês", reportou o órgão.

A comercialização da safra 2017/18 de café do Brasil estava em 66% até o dia 12 de dezembro, segundo levantamento da Safras & Mercado. As vendas avançaram seis pontos percentuais em relação ao mês anterior, mas estão atrasadas ante 2016.

O tipo cereja descascado anotou maior variação na semana em Guaxupé (MG) com queda de 2,65% (-R$ 13,00) no período e saca a R$ 477,00. A cidade com maior valor de negociação no período foi Espírito Santo do Pinhal (SP) com saca a R$ 500,00 – estável.

No tipo 4/5, a maior variação na semana foi registrada na cidade de Franca (SP) com desvalorização de 2,08% (-R$ 10,00) e saca a R$ 470,00. Fo a praça com maior valor no período.

O tipo 6 duro teve maior oscilação na semana em Lajinha (MG) com queda de 3,33% (-R$ 15,00) e saca a R$ 435,00. As cidades de Araguari (MG) (-2,13%) e Franca (SP) (estável) tiveram a maior cotação no período, a R$ 460,00.

Franca (SP) registrou maior valor no período com saca a R$ 460,00 – estável.

Na quinta-feira (14), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 445,64 e alta de 0,48%.

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Por:
Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Celio Porto Fernandes Filho Espírito Santo do Pinhal - SP

    O cafeicultor está produzindo a um custo medio em torno de 400.00 reais a saca. Esse custo medio está relacionado à diminuição de aplicaçao de insumos -- consequencia das quebras de safra nesses anos recentes --, não só pelo total desestimulo pela falta de renda, aliada à uma temperatura elevadissima para a cultura... Devemos somar nesse custo de produção o custo financeiro... , a cafeicultura, em todos os seus segmentos, está com credito restrito, fora de epoca ou mesmo inexistente dado ao historico de renda do produtor. A unica saida é se unirem em Cooperativas, industrializarem seu produto, adequarem a sua oferta à capacidade de processamento dessa Cooperativa, agregar valor, e distribuir resultados aos participantes... Ao meu ver, é começar de novo. Chega de se endividar aumentando sua produção, o que adianta ficar com o produto nas mãos e a divida aumentando ano a ano nas costas... Não consigo entender... receber menos de 400.00 reais livres de impostos e esse cafe na ponta representar apenas o equivalente a 100 gramas desse cafe. E´revoltante nossa participação no resultado atual dessa cadeia.

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