Café: Com queda do dólar, cotações do arábica sobem pelo segundo pregão consecutivo na Bolsa de Nova York

Publicado em 28/11/2018 16:43

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Pelo segundo dia consecutivo os preços futuros do café arábica subiram na Bolsa de Nova York (ICE Futures US). Nesta quarta-feira (28), as cotações testaram os dois lados da tabela, mas finalizaram o pregão com ligeiras valorizações.

O contrato março/19 encerrou o dia com ganho de 60 pontos, cotado a 113,90 cents/lb. Já o maio/19 era cotado a 116,70 cents/lb, com ganho de 55 pontos e o julho/19 trabalhava a 119,35 cents/lb e alta de 60 pontos.

Segundo informações do vice-presidente da Price Futures Group, Jack Scoville, "novamente, as cotações encontraram suporte na queda do dólar frente ao real". A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 3,8408 na venda, com perda de 0,93%.

"O dólar recuou pelo segundo dia consecutivo, sustentado pela nova atuação do Banco Central no mercado cambial e pelo discurso do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, com indícios de que o ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos pode ser mais suave", informou a agência Reuters.

No quadro fundamental, as atenções dos participantes do mercado permanecem voltadas à safra brasileira. "O El Niño permanece na previsão e as áreas de café no Brasil podem ser afetadas pela seca", alerta Scoville.

Ainda na terça-feira, o presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro, Francisco Sérgio de Assis, afirmou que a safra na região deverá recuar 25% na temporada 2019/20. A informação foi divulgada no 26º Encontro Nacional das Indústrias de Café (26º Encafé), que acontece no Uruguai.

Mercado interno

Enquanto isso, no mercado brasileiro os negócios permanecem lentos. Na última semana, o Escritório Carvalhaes, destacou que os "preços continuam desestimulantes aos produtores".

O café tipo cereja descascado registrou maior valor de negociação em Guaxupé (MG), com a saca a R$ 473,00, uma queda de 1,05% nesta quarta-feira. Em Varginha (MG), a perda foi de 1,06%, com a saca a R$ 465,00.

O tipo 4/5 é cotado a R$ 450,00 a saca em Varginha (MG), mesmo patamar observado em Franca (SP). Em Poços de Caldas (MG), o valor ficou em R$ 431,00 a saca, com perda de 0,92%.

O tipo 6 duro registrou maior valor de negociação em Patrocínio (MG), com a saca a R$ 450,00. Em Guaxupé (MG), a recuo ficou em 0,89%, com a saca a R$ 446,00.

Na terça-feira (27), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 446,30 e alta de 2,33%.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

    Um dos motivos da guerra comercial entre China e EUA é o domínio da tecnologia.

    Desde o tempo da Terra de Santa Cruz, quando o frei Henrique de Coimbra celebrou a primeira missa, o Brasil é um produtor de commodities. Primeiramente ouro, pau-brasil, açúcar, café, minério de ferro e mão-de-obra barata, exportada para vários países de forma ilegal.

    Não devemos nos esquecer que a planta Coffea arábica é originária da Etiópia, ela cruzou mares para produzir riquezas em países ao redor do mundo, o Brasil um deles.

    Ocorre que a tecnologia da industrialização e do blended, para se obter a bebida que agradam aos paladares dos países consumidores, está sob o domínio de empresas europeias e, segundo consta, elas não estão dispostas em ceder essa parte do bolo, para os países produtores da matéria-prima.

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    • geraldo gentile Ibaiti - PR

      Não podemos esquecer, caro Paulo, que o Brasil, desde o convênio do Café de 1932, se auto-proibiu exportar café torrado. O maior produtor de café do mundo conformou-se em produzir o grão enquanto outros países (notadamente Alemanha, Itália e EUA) ficaram com a parte do leão no ciclo de riqueza gerada pelo café através da torra do grão e sua distribuição para o mundo. Blended de Café é um conhecimenjto relativamente simples. Faltou escala na indústria nacional, uma terrível intervenção estatal via IBC que jamais premiou a produção de cafés finos e vias de Distibuição do produto. A proibição somente caiu no Governo Collor de Melo. A mesma situação vivemos, hoje, com o complexo soja no qual praticamente inexiste a exportação de farelos e óleo, limitando-nos a exportar apenas o grão in natura. Abraços.

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      É isso aí Sr. Rensi e Sr. Gentili, a experiência e a memória são coisas muito importantes. Nós não temos cafés finos, assim como podemos citar o cacau como outro exemplo, nem chocolates, não por nossos conterrâneos não possuírem habilidades e capacidades para produzir cafés finíssimos de alta qualidade como também chocolates. Nosso problema é que o governo resolveu, além de proibir as atividades com regulamentações e impostos que invariavelmente chamam por outros nomes, financia o "empoderamento feminino, as questões de gênero, artistas sem talento, parada gay,... quer dizer o sujeito pode fazer sexo no meio da rua mas não pode produzir e comercializar seu café e seu cacau sem ser incomodado pelo governo. Taxam o setor produtivo para financiar putaria e manter a impunidade de nulidades politicas corruptas.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Geraldo, será que essa situação não é o reflexo da política de compadrio em voga no país desde sempre. ... ... Quando o Collor extinguiu o IBC e a SUDHEVEA, infelizmente eu trabalhava na produção das duas commodities. Lembro-me com se fosse hoje. O Kg do cernambi (latex da borracha) era UM dólar, caiu para US$ 0,30/Kg. O café tinha um preço de paridade de US$ 120,00/sc de café beneficiado; caiu para US$ 38,00/sc. Imagine como ficou o produtor. Enfim, são muitas histórias. Mas, fico tentando entender porque não existe um mercado firme com outros países de exportação de produtos agrícolas industrializados. Sinceramente não consigo entender. ...

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Rodrigo, sou um velho matuto que a maioria das vezes, tenho a língua solta demais e, muitas vezes meus textos são mal compreendidos. Isto em função da minha qualidade de "quase" escrevinhador. ... ... Lembro-me que o Manual de Entomologia editado antes de 1970, cujo responsável era o professor Domingos Gallo. Constava que o bicho-mineiro era uma praga secundária na cafeicultura, ou seja, não causava danos econômicos. ... Com o evento da ferrugem do café no inicio dos anos 70, a recomendação de controle era pulverizar as lavouras com produtos a base de cobre (Cu). Ocorre que o cobre é bactericida. Com o seu uso, bactérias de vida livre que viviam sobre as folhas de café e, parasitavam as larvas do bicho-mineiro, matando-as. Mantinham o nível de infestação do bicho-mineiro, baixo. Com a eliminação desse inimigo natural (bactéria) pelo uso do cobre, a praga bicho-mineiro tornou-se uma das principais pragas. ... ... Tudo em função do progresso. ... Mas, o que isso tem a ver? ... ... Quando o Sr. diz que não temos cafés finíssimos. Acho que é uma questão de conceito, pois se não me falha a memória, existem países na Europa que agradam o seu paladar, para nós são cafés de pior qualidade, classificados como riados, ou rios.... Trabalhei produzindo café no Norte do Paraná e na região do cerrado de Minas Gerais. ... No Norte do Paraná, colhia no pano, secava em secador rotativo Pinhalense, enfim tratava o café da melhor maneira possível e, conseguia no máximo bebida dura. ... Em Minas, derriçava no chão, às vezes alguns lotes de café secado em terreiro de terra, apresentavam bebida mole. ... ... Ou seja, a melhor bebida para os nossos padrões. ... Quanto a qualidade do produto ela é uma coisa subjetiva, pois depende do costume do consumidor. ... ... Veja o trigo, para nós o melhor é o trigo pão e melhorador. .... Para os países, como Índia, Egito e outros, onde o pão é parecido com a massa de pizza, o melhor trigo é o brando. ... ... Falei demais...

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