CNA e Invest SP fazem análise do mercado chinês para o café brasileiro

Publicado em 20/10/2020 17:29

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a representação da Invest SP na China se reuniram, na terça (20), em uma transmissão online, para fazer a análise do mercado chinês para o café brasileiro.

A coordenadora de Exportação da CNA, Camila Sande, conduziu o debate e falou do estudo elaborado em parceria pelas duas entidades, que traz características gerais sobre o tamanho do mercado chinês de café, principais países fornecedores do grão e oportunidades de acesso ao mercado para os produtores brasileiros.

“A China é um mercado desafiador. Para colocar os produtos agropecuários nas gôndolas do país asiático é preciso muita análise, planejamento e boas parcerias. A ideia do estudo é mostrar o perfil desse mercado para os membros do Projeto Agro.Br”, disse Sande.

O projeto Agro.Br  é um convênio entre CNA e Apex-Brasil voltado à internacionalização do agro brasileiro. A iniciativa auxilia o empresário do setor, viabilizando negócios internacionais para aumentar a presença de pequenos e médios produtores no comércio exterior, além de diversificar a pauta de exportação brasileira.

Durante a live, o analista de Inteligência de Mercado da Invest SP na China, Fernando Velloso, afirmou que, no final de 2020, o país asiático será uma das poucas economias a ter crescimento. “A economia chinesa está a todo vapor. De julho a setembro, cresceu quase 5% a mais do que no mesmo período de 2019. Mesmo nesse cenário de pandemia, os níveis de importação e exportação são maiores do que os do ano passado”.

Velloso também citou os principais resultados do estudo da CNA e da Invest SP, como a pesquisa de campo em supermercados e atacadistas de Xangai. “Nós colhemos informações de 300 rótulos de café em canais de venda tradicionais e e-commerce. Quase metade dos produtos era em pó, solúvel ou instantâneo e a grande maioria café com leite, do tipo dois em um”.

O analista disse que a pesquisa apontou ampla popularidade do café em pó solúvel e instantâneo entre os consumidores, pela facilidade no preparo e porque na China há vários pontos de reposição de água quente, devido ao hábito de consumo de chás.

“O café solúvel é o principal tipo do produto consumido pelos chineses. Entretanto, há muitos desafios para entrar nesse mercado, pois o consumo per capita ainda é muito baixo. O chinês bebe, em média, de 4 a 5 xícaras por ano. Em comparação com o Japão, que consome cerca de 300 xícaras por ano, o mercado chinês apresenta também um grande potencial de crescimento”, afirmou Fernando Velloso.

A assessora técnica da CNA, Raquel Miranda, também foi convidada para o debate e destacou o potencial do Brasil na cafeicultura. “Nós somos os maiores produtores e exportadores de café verde e solúvel do mundo. A cada 10 xícaras consumidas, 3,8 têm origem brasileira”.

Segundo ela, o café solúvel é a porta de entrada para mercados jovens de café, como a China, pela facilidade de preparo. “O Brasil tem quantidade suficiente para abastecer qualquer mercado. Mas é necessário que o produtor trabalhe a qualidade da colheita e pós-colheita do grão para manter sempre o mesmo sabor e aspecto visual”.

Em sua exposição, a representante da CNA falou sobre a importância da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) oferecida pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para capacitar os cafeicultores e ajudá-los a melhorarem o padrão de qualidade dos produtos agrícolas.

“Precisamos deixar claro para nossos mercados maduros e iniciantes a valorização do pequeno produtor. Na cafeicultura brasileira, 80% dos produtores são pequenos, com menos de 50 hectares de área”. Para Raquel, quando se fala em mercado chinês, o desafio é levar produtos corretos e de qualidade e fazer um bom marketing.

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Fonte:
CNA

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