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Após geada, perdas na safra 22 de café podem chegar a 30%, afirma Minasul

Publicado em 27/07/2021 11:42 e atualizado em 27/07/2021 14:28
Uma semana após a geada, nova massa de ar frio e risco de mais geadas preocupam todo o setor cafeeiro

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De acordo com dados da Minasul, as perdas na safra de 2022 de café podem chegar a 30% após as geadas. Uma semana após a passagem da frente fria que assustou todo o setor cafeeiro, produtores seguem acompanhando as condições das lavouras e se preocupam, neste momento, com o risco de uma nova frente fria atingido a área nos próximos dias. 

Segundo José Marcos Rafael Magalhães, presidente da Minasul, nos próximos 15 dias o cenário ficará mais claro, mas a permanência de temperaturas baixas nas lavouras continua prejudicando a produção do ano que vem. "A lavoura que foi queimada é perdida, não tem jeito, mas essa friagem continua prejudicando a formação dos botões e a situação é bastante delicada", comenta. 

Magalhães relembra ainda que o potencial da safra do ano que vem começou a ser comprometida no primeiro trimestre deste ano, consequência da seca prolongada no parque cafeeiro. "Antes a gente já tinha esse problema, expectativa mais baixa por conta da seca, o frio só aumentou as preocupações", afirma. 

O produtor ainda nem recuperou do último frio e as atenções seguem voltadas ao clima. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), uma massa de ar frio ainda mais intensa entra no país nesta terça-feira (29) e deve provocar a queda nas temperaturas em boa parte do país, com alerta para risco de geada para o Centro-Sul do Brasil, incluindo áreas do parque cafeeiro em São Paulo e sul de Minas Gerais. "Se o frio se confirmar com essa intensidade toda, pode acontecer um desastre na produção do ano que vem", afirma Magalhães. 

Há 27 anos o Brasil não registrava uma geada tão intensa no parque cafeeiro. O presidente comenta, no entanto, que apesar do evento climático ter sido muito semelhante, as condições deste ano são mais preocupantes para o setor. "A consequência desse ano é pior porque pegou no ano de safra baixa, então o cafezal estava carregado para o ano que vem. Todo mundo estava preparado para uma safra cheia ano que vem", acrescenta. 

Foco agora é cumprir contratos e mercado segue travado

Diante das incertezas com o tamanho da safra do ano que vem, o presidente destaca que o foco da cooperativa neste momento é cumprir com os negócios fechados anteriormente, principalmente para manter a boa reputação do Brasil com o mercado externo. 

Em relação às altas dos últimos dias, com avanço de mais de 25% nos preços na Bolsa de Nova York (ICE Future US), a cooperativa também afirma que poucos negócios são fechados. Os dados da Minasul mostram ainda que em um ano de condição climática dentro da normalidade, o produtor costuma travar cerca de 30% da safra.

"Considerando a seca e a geada, nós diminuímos bastante o ritmo de negócios e hoje as travas ficam bem abaixo de 20%. Nós temos três fases importantes para definir a safra do ano que vem, a florada, o pegamento da florada e o enchimento de grãos. Até lá o mercado deve seguir observando essa cautela", finaliza Magalhães. 

Embrapa Café estima redução de até 11 milhões de sacas em 2022

De acordo com informações divulgadas pela Embrapa Café e pelo Epamig, em um cenário otimista, antes das geadas de julho de 2021, havia a expectativa de que a safra de 2022 fosse 10% superior à de 2020 (a safra 2020 foi 2,3% maior que a de 2018), com uma produção de 68 milhões de sacas totais e 54 milhões de café Arábica.

Considerando-se que as áreas atingidas pelas geadas foram as demonstradas na tabela abaixo e que, nessas regiões, a perda de produção ocorreu cenários de 10%, 20% e 30% de redução, a produção de café Arábica pode variar de 50 a 43 milhões de sacos de 60 Kg, com reduções de quatro a onze milhões de sacas.

"Independentemente da quantidade de café perdido para 2022, tem-se que ter em mente que a recuperação da capacidade produtiva brasileira nas regiões afetadas pela geada terá início somente a partir de 2024 e deve se estabilizar em 2025 ou 2026. Isso dependerá da quantidade de lavouras em formação que precisará ser substituída e da taxa de renovação, uma vez que as mudas disponíveis para esse ano já possuem destino e muitas delas foram afetadas irrecuperavelmente pela geada", afirma a publicação. 

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Por:
Virgínia Alves
Fonte:
Notícias Agrícolas

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