Leite segue valorizado e abre oportunidades para o Brasil
Os preços de leite e derivados não devem recuar tão cedo. Com pouca oferta em todo o mundo, o fim do período de entressafra em setembro não trouxe o usual reestabelecimento dos estoques e redução dos preços, e os produtos devem se manter valorizados nos primeiros meses do próximo ano. Para o setor, 2013 já é considerado um ano atípico.
O diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) e presidente das Comissões de Pecuária de Leite da entidade e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim, explica que, normalmente, os preços dos produtos lácteos seguem um ciclo anual constante. De maio a setembro, período marcado pela escassez de chuvas e de pasto, há redução de produção e aumento de custos com alimentação do rebanho. A entressafra termina ao final de setembro, quando a temporada de chuvas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste propicia a regularização na oferta e redução dos preços.
“Este ano, no entanto, a sazonalidade foi praticamente anulada. Os preços não devem recuar tão cedo porque a oferta continua bastante baixa. No ano passado, o setor amargou baixos preços ao mercado e altos custos de produção, especialmente em função do preço do milho da ração. Com isso, a alimentação dos animais foi sacrificada, havendo inclusive redução no número de animais. Tudo isso se reflete na safra atual, que registrou produção muito abaixo do esperado”, explica Rodrigo Alvim.
O desestímulo do setor em 2012 refletiu um crescimento da produção de apenas 1,8%, enquanto a média dos cinco anos anteriores ficou em torno de 4,4% ao ano. No mercado internacional, o cenário é o mesmo. A oferta enxuta e a demanda crescente seguram os preços acima da marca de cinco mil dólares por tonelada. Os valores se mantêm mesmo nas vendas a mercado futuro, pelo menos até abril.
O preço mundial ditado pela Nova Zelândia - maior exportadora mundial de lácteos -, encarece também os preços no mercado brasileiro, que não produz o suficiente para se abastecer internamente. “Se a tonelada de leite em pó a cinco mil dólares já é cara para todo o mundo, para nós, brasileiros, fica ainda mais indigesto neste momento de dólar mais valorizado”, lembra o diretor da FAEMG.
Oportunidade
Segundo Rodrigo Alvim, o cenário internacional de oferta escassa e demanda crescente, aliado à questão cambial, pode oferecer terreno muito favorável para que o Brasil aumente sua produção e volte a exportar o excedente. “Hoje somos importadores, mas em 2008, por exemplo, chegamos a 5º maior exportador de lácteos do mundo. O Brasil tem potencial para se tornar um grande player no mercado lácteo internacional", diz.
Para ele, o bom momento vivido pelo setor produtivo no país é propicio para buscar condição mais favorável: “É importante aproveitarmos esta trégua, com bons preços ao produtor, para investirmos em melhoria da qualidade, adoção de novas tecnologias em manejo, alimentação e gestão da propriedade. Para isso, há hoje uma série de bons programas, como o Leite Legal, o Balde Cheio e o Educampo. Além disso, novas linhas de crédito também estão sendo regulamentadas, como o Inovagro", salienta.
0 comentário
Preço do frango no atacado em São Paulo sofre tímida queda em meio às demais cotações estáveis nesta terça-feira (10)
Do abatido ao suíno vivo, cotações caem nesta terça-feira (10) de forma generalizada
Frango congelado ou resfriado em São Paulo têm alta nesta segunda-feira (9)
Preços do suíno vivo caem de forma generalizada nesta segunda-feira (9)
Frango: faturamento por média diária sobe 18,5% neste início de dezembro em comparação ao mesmo período de 2023
Em 5 dias úteis, faturamento com exportações de carne suína em dezembro atinge o percentual de 31,27% em relação a dezembro/23