AveSui 2014: Painel conjuntural traz constatações e perspectivas para o mercado de proteína animal

Publicado em 13/05/2014 12:15

Durante a abertura da Feira da Indústria Latino-Americana de Aves e Suínos (AveSui), que teve início hoje (13) na cidade de Florianópolis (SC), o jornalista João Batista Olivi, diretor do Notícias Agrícolas e apresentador do Canal Rural, mediou um Painel Conjuntural do mercado de proteína animal, com a participação de especialistas que apontaram algumas constatações e perspectivas para a avicultura e para a suinocultura brasileiras.

Na primeira entrevista, Ariovaldo Zani, presidente executivo do Sindirações, apontou que o próximo presidente do Brasil eleito precisa tomar algumas medidas urgentes para a agropecuária, como o aumento do investimento em infraestrutura, pesquisa e desenvolvimento, priorizando este tipo de investimento, reorganizando programas como o Minha Casa, Minha Vida. Em médio prazo, o aumento do saldo da balança comercial e, a longo, posicionar o Brasil como país de primeiro mundo, com foco na melhoria da educação.

Zani apontou que é preciso investimento massivo para garantir a segurança ambiental do produto exportado para que isso possa gerar uma política de incentivo para atração do capital estrangeiro, especialmente o chinês. A competição entre o mercado de etanol de milho e o milho destinado à ração animal também é considerada uma iniciativa preocupante que pode provocar desequilíbrio na produção de proteína animal.

Já Adolfo Fontes, analista senior do Rabobank Brasil, lembrou que o potencial de crescimento de exportações para a China está na carne de frango e na carne bovina. A urbanização da população chinesa trouxe mudanças aos hábitos de consumo que não se restringem apenas à carne em natura, mas também em redes de fast food que investem bastante nas carnes.

Diarreia Epidêmica Suína e Novos Mercados

A Diarreia Epidêmica Suína, que vêm atacando as granjas dos Estados Unidos, aponta para uma abertura de novos mercados para o Brasil, mas não deve desequilibrar a produção mundial de forma expressiva, apesar de uma queda de até 7% prevista para a suinocultura norteamericana. A febre africana na Europa também fez com que a Rússia diminuisse suas importações do continente. Fontes destaca o México e a Colômbia, antes dependentes da carne suína americana, como novos territórios a serem explorados pelo Brasil.

Os problemas para competir no mercado internacional foram discutidos também por Dirceu João Talamini, chefe geral da Embrapa Suínos e Aves. Talamini lembrou que o Ministério da Agricultura brasileiro têm procurado estabelecer cuidados rigorosos com relação a acesso de pessoas e produtos para impedir a entreada da Diarreia Epidêmica Suína no Brasil. A Embrapa desenvolveu um método de diagnóstico da doença que pode ajudar a manter o país livre do vírus. O especialista lembra ainda que a doença não oferece riscos aos seres humanos.

Suinocultura Brasileira

A suinocultura independente tem perdido força nos últimos anos no Brasil. Luiz Adalberto Stabile Benicio, diretor de Agropecuária e Ciex da BRF, destacou que os novos produtores dificilmente conseguem acesso a recursos para financiar seus trabalhos independentes. Benício defende a integração como uma forma de alavancar cada vez mais a suinocultura brasileira, uma vez que acredita que a agroindústria propiciou um sistema de integração maduro e coerente.

"O que determina o tipo de produtor é a qualidade que esse produtor terá. A suficiência de produção tem que ser traduzida em custo. Atualmente trabalhamos com uma mediocracia. Temos que ir para a meritocracia", defendeu.

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Tags:
Por:
Izadora Pimenta
Fonte:
Notícias Agrícolas

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2 comentários

  • Virgilio Andrade Moreira Guaira - PR

    Outro detalhe que notei em Santa Catarina,, é a incrível urbanização,, sobrando pouca gente no campo, e cada vez menos,, geralmente pessoas acima dos 50 anos..... !!! Lavoura lá nos morros também já vai acabando ou descendo que nem sabugo em corredeira !

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  • Virgilio Andrade Moreira Guaira - PR

    Verdade Sr Dalzir Vitoria,,, também trabalhei de Joaçaba a São Miguel do Oeste de 1981 a 1984,, e me lembro bem do perfil do suinocultor que atendiamos através do Bradesco Planejamento,, e eram entre 7,, 8 10 e por ai de criadeiras..Fui agora em Joaçaba e Tangará e vi a mudança incrível que ocorreu !! Aquele tipo de suinocultor quase não é mais encontrado. Virou um Deus nos acuda !! Abrs.

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