Suíno Vivo: Embargo russo deve animar mercado brasileiro; preços em alta em SP, GO e RS
Os produtores brasileiros de carne suína encontram, nesta quinta-feira (7), um anúncio de bom momento para os preços praticados nos próximos meses devido ao embargo russo às importações agrícolas e de carnes provenientes dos Estados Unidos, União Europeia, Noruega, Japão, Canadá e Austrália, o que, consequentemente, deve ampliar as exportações brasileiras ao país soviético.
De acordo com Ricardo Santin, vice-presidente da Divisão de Aves e Suínos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o fator implica em uma pressão nova de demanda externa, com efeito positivo em relação aos preços pagos ao produtor brasileiro. "Provavelmente iremos ter de aumentar os níveis de produção, mas temos condição", aponta, em entrevista ao Mercado & Cia., do Canal Rural.
A Rússia já é um mercado de exportação tanto de aves quanto suínos para o Brasil. 36% das exportações de suínos do Brasil são destinadas à Rússia, enquanto as aves representam 5%. Para Santin, os canais de comércio já estão abertos - o que irá diferenciar será a quantidade a ser pedida.
O diretos da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), Fernando Sampaio, aponta que as medidas retaliatórias ocorreram no melhor momento das relações entre os departamentos veterinários do Brasil e da Rússia.
Para o aumento da produção de suínos, os produtores possuem a alternativa de aumentar o peso dos animais para produzir mais carne com o pedido que poderá ser feito pela Rússia. Ainda não é possível estimar um volume a ser exportado, segundo o vice-presidente, uma vez que a Rússia também pode optar por aumentar sua produção local de frango, mas as receitas podem ficar na ordem de 250 milhões de dólares a mais do que já é recebido para as aves e 50 milhões de dólares a mais para os suínos.
O suíno vivo apresenta, hoje, alta em São Paulo, onde está sendo cotado a R$4,10/kg, Goiás (R$4,00/kg), Rio Grande do Sul (R$3,74/kg) e baixa no Paraná, de R$3,59/kg para R$3,48/kg.
Augusto Maia, analista do Cepea, aponta que o mês de julho trouxe uma boa reagida nos preços pagos ao produtor, chegando a níveis próximos aos do melhores preços praticado no ano, no período de dezembro de 2013 a janeiro de 2014. A baixa oferta de animais no mercado faz com que a indústria ceda.
Também houve uma melhora no custo de produção, uma vez que o preço dos insumos em queda facilita as negociações, com produtores aguardando para vender seus animais esperando por melhores preços.
A oportunidade para a exportação de suínos provenientes do Brasil para a Rússia, segundo Maia, pode animar o mercado. Com uma oferta mundial bastante restrita devido a doenças como a Diarreia Epidêmica Suína e a Peste Suína Africana, existem poucos players disponíveis para suprir a possível demanda russa. "Nem todos podem exportar como nós", aponta o analista.
Confira os preços do suíno vivo nas principais praças:
Suíno vivoFonte: Suino.com | ||
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Estado | Preço Máximo (R$/kg vivo) | Variação (%) |
Santa Catarina | 3,70 | 0,00 |
Paraná | 3,48 | -3,06 |
Rio Grande do Sul | 3,74 | 0,00 |
São Paulo | 4,10 | 0,00 |
Mato Grosso | 3,25 | 0,00 |
Goias | 4,00 | +2,56 |
Minas Gerais | 4,00 | 0,00 |
BRF/SC* | 3,00 | 0,00 |
Aurora/SC* | 3,10 | 0,00 |
Pamplona/SC* | 3,00 | 0,00 |
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