Desempenho do frango vivo em julho de 2020
Alguém em sã consciência cogitaria que neste ano, frente a esse inédito cenário pandêmico, o frango vivo quebraria o recorde de preços registrado em 2019, voltando a alcançar a maior cotação de sua história moderna? Pois isso aconteceu agora em julho e – por mais estranho que a afirmação possa parecer – como outra decorrência negativa da pandemia de Covid-19.
O que se quer dizer é que a atual reação de preços do frango vivo, mesmo estando relacionada à retomada (ainda lenta) da economia e ao bom desempenho das exportações, não é devida a esses dois fatores e, sim, à redução de produção imposta ao setor quando, exatamente pela paralisação da economia, a manutenção da produção se tornou econômica e financeiramente inviável. Em síntese, pois, se os ganhos retornaram é porque houve redução na oferta.
Por enquanto, porém, o fato de se estar atingindo valor que é recorde histórico permanece como verdadeira gota d’água no oceano. Pois o valor médio alcançado nos sete primeiros meses de 2020 se encontra apenas 1 (um) centavo acima da média registrada em 2019. Ou, considerada a inflação acumulada no período, o ganho é de apenas 0,31%, índice que corresponde a uma diferença, a mais, de milésimos de centavo.
Frente às atuais condições de mercado, está praticamente certo que em agosto corrente novo recorde será registrado. Atenção, porém, para os meses vindouros. Pois, da mesma forma que os baixos preços geraram um ciclo de altas (neste caso, no trimestre maio-julho), a melhor remuneração tende a gerar um futuro ciclo de baixas. E essa é uma situação a que o setor não pode se submeter, pois os custos permanecem e permanecerão elevados.
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