UE propõe socorro a produtor de leite
A Comissão Europeia divulgou ontem uma série de propostas para apoiar a indústria de laticínios do bloco, que enfrenta uma forte queda de preços. Mas o braço executivo da União Europeia se recusou a reduzir as cotas de produção de leite dos países-membros.
Enquanto produtores de leite protestavam nas proximidades da sede da UE, em Bruxelas, o comitê executivo anunciou o pagamento antecipado da ajuda ao setor. Os governos dos países-membros poderão pagar até 70% da ajuda direta aos produtores a partir de 15 de outubro em vez de 1º de dezembro. Também poderão fazer empréstimos extras, de até € 15 mil por produtor, para apoiar os que enfrentam problemas de liquidez.
Além disso, a comissão recomendou que governos multem agricultores que excederem suas cotas de produção e que financiem a saída voluntária de produtores da atividade, como forma de reduzir a oferta de leite na UE. "Não haverá proposta para cortar as cotas", disse a comissária da Agricultura da UE, Mariann Fischer Boel.
Produtores de toda a Europa têm protestado contra a redução nos preços do leite. Segundo eles, os valores não conseguem cobrir os custos de produção. Os produtores protestam ainda contra o plano da UE de pôr fim ao sistema de cotas. Maior produtora mundial de leite, a União Europeia decidiu, em novembro, elevar as cotas de produção de leite em 1% por ano pelo período de cinco anos, até acabar com o sistema em 2015. "Agora, a produção está 4,2% abaixo da cota total", disse Fischer Boel. A Alemanha é o maior produtor de leite da UE, seguida pela França, Reino Unido, Polônia e Holanda.
A comissão informou que continuará a fazer intervenções por meio de compras para dar suporte ao mercado de leite e vai fornecer "export refunds", um reembolso que funciona como um subsídio, "por quanto tempo for necessário". Também vai analisar possíveis práticas anticompetitivas em toda a cadeia produtiva de lácteos.
Este mês, ministros da UE aprovaram a extensão das compras de manteiga e leite em pó até o fim de fevereiro, para apoiar produtores locais. O bloco retomou os subsídios às exportações de manteiga, queijo, leite integral e leite em pó em janeiro e em março retomou as compras para sustentar as cotações.
A demanda por lácteos caiu bruscamente em 2007 e 2008 na Europa, quando os preços alcançaram recordes de alta graças ao aumento do consumo em países emergentes, principalmente da Ásia. Desde então, indústrias de alimentos têm substituído ingredientes lácteos em alguns de seus produtos. A crise econômica global fez arrefecer o avanço da demanda internacional, o que também contribuiu para derrubar os preços.
As cotações mais baixas e os subsídios dados pela UE à sua produção e exportação de lácteos afetam a competitividade do produto brasileiro no exterior, segundo especialistas. No primeiro semestre deste ano, as vendas externas recuaram 59%.
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