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Goiás lidera ranking nacional de rendimento médio da produção de melancia

Publicado em 26/11/2020 12:18 e atualizado em 26/11/2020 14:08
Estado ocupa quarta posição entre maiores produtores da fruta no Brasil. Já Uruana está em segundo lugar na comparação com demais municípios que cultivam variedade. Para fortalecer segmento, Governo de Goiás atua com assistência técnica, políticas de sanidade vegetal e em projetos para ampliar exportação do produto.

Com mais de 41 toneladas de melancia produzidas por hectare, Goiás ocupa a primeira posição no ranking nacional de rendimento médio da produção da fruta. O Estado detém outros números positivos nessa cadeia, já que é o quarto maior produtor do País, com 11,2% de participação. Entre os municípios, Uruana, no Centro goiano, está na segunda colocação na lista dos que mais produzem melancia no Brasil. Fica atrás apenas de Baraúna, no Rio Grande do Norte, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o titular da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Antônio Carlos de Souza Lima Neto, os dados são motivo de comemoração. “Esse destaque tanto na produção quanto produtividade da melancia é importante para Goiás, pois demonstra que temos condições de cultivo e que nossos produtores têm muita competência em implementação de tecnologia, nos tornando referência na cultura”, afirma.

Antônio Carlos enfatiza que, devido à importância da cadeia da melancia, o Governo de Goiás - por meio da Seapa e suas jurisdicionadas Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), Centrais de Abastecimento de Goiás (Ceasa-GO) e Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) - tem atuado em diferentes áreas para promover melhorias e fortalecer a produção da fruta no Estado, assim como ampliar a comercialização interna e externa da melancia ‘made in Goiás’. “Temos acompanhado o segmento produtivo, no Estado, e trabalhado em ações e políticas públicas que possam levar desenvolvimento para todos os elos envolvidos nessa cadeia produtiva, inclusive para ampliar o abastecimento do mercado interno e a exportação do produto goiano”, destaca.

A Emater, por exemplo, leva assistência técnica e suporte a produtores, especialmente no município de Uruana. A Ceasa-GO é o espaço onde vários produtores podem comercializar seus produtos para diferentes locais do País. No acumulado do ano, de janeiro a outubro, mais de 20 mil toneladas de melancia foram vendidas no entreposto, sendo que 70,37% das frutas foram cultivadas no Estado de Goiás.

Já a Agrodefesa tem oferecido cursos de qualificação a profissionais que atuam no campo, como engenheiros agrônomos, e trabalha na implementação e acompanhamento de todas as etapas do Sistema de Mitigação de Risco (SMR) da praga Anastrepha grandis nas propriedades rurais. Com isso, foi possível alcançar importantes resultados, como é o caso da aprovação, por parte do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da ampliação do número de municípios goianos aptos a exportar melancia e abóbora, que agora são 13: Uruana, Carmo do Rio Verde, Itapuranga, Jaraguá, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Maurilândia, Cristalina, Ipameri, Goianésia, São Miguel do Araguaia, Luziânia e Edealina.

De acordo com informações da agência, em 2019 eram seis propriedades rurais inscritas no SMR, com cultivo de 216,36 hectares de melancia. Em 2020, o número aumentou para 24 propriedades com área total de 496,82 hectares.

Novos mercados
Apesar de ocupar a segunda colocação no ranking nacional de produção, Uruana continua sendo reconhecida como a ‘capital da melancia’. Em 2019, os agricultores do município foram responsáveis pelo cultivo de 141 mil toneladas da fruta, com rendimento médio de produção de 47 toneladas por hectare. A área colhida foi de 3 mil hectares, segundo dados do IBGE.

Segundo o secretário de Agricultura de Uruana, Enio Gomes Gontijo Júnior, o município se destaca no cultivo da melancia por diferentes motivos, como abundância de água, com uso de fertirrigação, solo fértil, ricos em potássio, clima adequado, uso de tecnologia nas lavouras, pesquisas em melhoramento e fruto de qualidade. “O cultivo de melancia vem sendo desenvolvido desde 1968, na cidade, e é a principal atividade econômica de Uruana”, reforça.

Ele acrescenta que a produção do município hoje abastece tanto mercado interno quanto externo. No caso da parte que é vendida dentro do Brasil, a maioria da produção vai para São Paulo. Já além das fronteiras brasileiras, o principal destino da melancia é a América do Sul, como Argentina e Paraguai.

O foco, agora, tem sido ampliar a comercialização da fruta produzida em Uruana para novos mercados externos. “Temos trabalhado pesado para abrir novas possibilidades para exportação. Por meio de parceria com a Agrodefesa, por exemplo, conseguimos capacitar engenheiros agrônomos para monitorarem a mosca que ataca lavouras de melancia. Fazer esse controle é um requisito estabelecido por países que compram a fruta de Goiás”, informa Enio.

De acordo com o superintendente de Produção Rural Sustentável da Seapa, Donalvam Maia, reuniões e visitas estão sendo realizadas para discutir a venda de melancia goiana para outros países e alinhar as atividades do Programa de Exportação Estruturada, lançado no final de 2019 pelo Estado.

Em campo
O plantio da melancia em Uruana começou em 1968, a partir de ação da antiga Associação de Crédito e Assistência Rural do Estado de Goiás (Acar Goiás) – hoje Emater. Nesse período, era desenvolvido trabalho de pesquisa e extensão rural na cidade. Atualmente, a Emater atua na assistência técnica e de suporte à produção, explicam os técnicos da agência, Francisco Neres Delmoni e Ana Rita da Silva Winder. “Essa atuação colocou o município como um dos maiores produtores de melancia do País, com altas produtividades e qualidade inigualável. É um produto que suporta melhor o transporte, principalmente a longa distância e maior tempo de box”, explica Francisco.

Entre os resultados desse trabalho de fortalecer a produção local, os técnicos da Emater citam benefícios para o município e o Estado de Goiás como circulação de capital, geração de emprego e renda, maior comercialização de insumos, aumento no comércio de máquinas agrícolas e implementos, consumo de combustível, supermercados, açougues, panificadoras, construção civil e outros.

Ana Rita complementa que em 52 anos de cultivo da melancia, em Uruana e região, ocorreram diversos fatores que contribuíram para a permanência longínqua da atividade agrícola, alternando com anos bons e ruins. “O saldo é bastante positivo, considerando-se, principalmente, o conhecimento técnico adquirido, a conquista e a consolidação do mercado interno e externo”. Ela acrescenta que houve avanços em pesquisas de manejo de água na irrigação por gotejamento e uso de fertirrigação, controle biológico de pragas e implantação e consolidação da Indicação Geográfica.

Ela informa que o trabalho para a obtenção do Selo de Indicação Geográfica (IG) da Melancia da Região de Uruana está adiantado, porém, foi paralisado, atualmente, em função da pandemia da Covid-19. Com a certificação, a melancia produzida na região poderá se tornar mais competitiva e conquistar novos mercados, além de fidelizar o consumidor.

Ranking nacional de produção
1º - Rio Grande do Norte: 351,99 mil toneladas
2º - Rio Grande do Sul: 318,19 mil toneladas
3º - São Paulo: 260,64 mil toneladas
4º - Goiás: 254,21 mil toneladas
Fonte: IBGE/2019

Números da melancia em Goiás
Quantidade produzida: 254,21 mil toneladas
Área plantada/colhida: 6.190 hectares
Rendimento médio: 41.069 quilos por hectare
Fonte: IBGE/2019

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Seapa

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