Banana orgânica do Jaíba conquista a Alemanha

Publicado em 22/01/2009 19:08

Produtor vende com exclusividade e está programando expandir cultivo

 

Faz um ano que os consumidores alemães estão saboreando banana orgânica cultivada em Minas Gerais. O produto sai de uma propriedade localizada no projeto Jaíba, na região Norte de Minas. “Embarcamos até agora para a Alemanha, nosso comprador exclusivo, mais de 18 mil quilos”, informa o produtor Márcio Sonomura, que garante ser o único no Brasil, atualmente, a exportar banana orgânica.

 

A espécie que Sonomura produz na Fazenda Arco Verde para exportar é a caturra, também conhecida como nanica. Além de saborosa, essa banana demora mais que as outras a amadurecer depois da colheita, e isso representa uma grande vantagem “As frutas viajam cerca de quinze dias, em contêineres refrigerados a 13,5 graus, e têm que ser colocadas no porto de Hamburgo antes do amadurecimento, por exigência do comprador”, diz. O produtor acrescenta que uma das viagens demorou quase um mês, e ainda assim a carga chegou verde, em condições de ser aprovada.

 

Sonomura diz que o sucesso da fruta, entre os consumidores alemães, é tão grande que ele já está planejando aumentar a área plantada. O empresário iniciou o plantio em uma área de 75 hectares, que representa apenas 25% do total aprovado para o cultivo de orgânicos na fazenda. Com o esterco fornecido por 14 bovinos e transformado em biofertilizante na propriedade, o produtor pretende aumentar a ocupação. O próximo passo é expandir a produção de banana caturra para exportação em uma parte dos 220 hectares restantes.

 

Investimento compensa

 

“A receita com a comercialização das frutas no exterior compensa os investimentos que foram feitos para a propriedade se ajustar às exigências da certificação”, observa o produtor. “Existe um mercado à espera de produtos orgânicos, e prova disso é que eu tive condições de programar o plantio já contando com um importador na Alemanha”, afirma Sonomura.

 

A cotação da fruta naquele país é da ordem de 15 euros (entre R$ 2,80 e R$ 3,00) a caixa de 21 quilos na fase de maior procura, entre janeiro e junho. Já no mercado interno, prossegue o empresário, mesmo na fase de maior procura da banana, a cotação alcança no máximo R$ 10,00 a caixa, indiferente de ser a fruta orgânica ou não. Por isso, Sonomura destaca que, para atender aos custos de produção e possibilitar renda, o melhor negócio é exportar.

 

A produção de uma caixa da fruta orgânica, atualmente, é da ordem de R$ 8,00, mas esse custo deve cair a partir da segunda safra.“Vale o investimento na produção orgânica porque o sistema preserva o solo e o conjunto das condições ambientais. Uma das conseqüências é a manutenção de micro-organismos benéficos à cultura, possibilitando plantas mais saudáveis e uma boa produtividade”, assinala o produtor.

 

Para o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura de Minas, João Ricardo Albanez, “os empresários rurais devem ficar atentos a nichos de mercados como o de alimentos orgânicos, que são cada vez mais competitivos.” Ele acrescenta que o segmento de frutas tropicais oferece muitas possibilidades de renda para os produtores mineiros interessados sobretudo em exportar, porque as cotações internacionais superam as do mercado interno. “Este aspecto deve ser considerado porque o custo de produção dos orgânicos é geralmente alto.”

 

Participação dos bovinos

 

Um plantel de 14 bovinos criados na fazenda garante o esterco para a adubação das plantas. “Ainda na propriedade, a matéria é transformada em biofertilizante, e depois injetada no sistema de irrigação das bananeiras, assegurando um alto índice de qualidade às frutas.”

 

A Fazenda Arco Verde emprega até 70 pessoas no período de janeiro a março. De acordo com Sonomura, os trabalhadores estão se ajustando sem problema às exigências da produção orgânica. “Por isso, além de aumentar a área de cultivo, pretendemos diversificar a produção no futuro, inclusive com outras frutas.”

 

Neste caso, o empresário pretende incluir a produção de frutas cítricas orgânicas, que também têm bom mercado no exterior. De acordo com os cálculos de Sonomura, o projeto de expansão, do plantio à colheita, terá um custo da ordem de R$ 40 mil por hectare.

 

Um plantel de 14 bovinos fornece esterco para a adubação das plantas na fazenda. “Ainda na propriedade, a matéria é transformada em biofertilizante, e depois injetada no sistema de irrigação, assegurando um alto índice de qualidade às plantas.”

 

 

A força do Jaíba

 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a safra de banana de Minas Gerais alcançou em 2008 um volume aproximado de 536 mil toneladas, praticamente a mesma marca da safra anterior. O Estado é o quinto produtor da fruta do Brasil, acrescenta o instituto. A colheita nacional, em 2008, foi de aproximadamente 7,2 milhões de toneladas, e a Bahia, líder na produção, responde por um volume pouco superior a 1,4 milhão de toneladas da fruta.

 

O Norte de Minas, maior produtor de banana do Estado, teve uma safra de 220,1 mil toneladas, e o município de Jaíba está na liderança, alcançando 34,6 mil toneladas. O rendimento médio da cultura no município é da ordem de 29,1 toneladas por hectare, bem superior à média estadual, que se situa em 14,7 toneladas por hectare. A produção de banana é uma das mais bem-sucedidas linhas de atuação do Projeto Jaíba, cuja comissão de coordenação é presidida pelo secretário da Agricultura de Minas, Gilman Viana. No conjunto dos projetos de cultivo irrigado de banana sobressai o da empresa Brasnica, que alcança mais de 600 hectares, produzindo entre 45 e 55 toneladas por hectare de banana prata.


Fonte: Secr. de Agr. de MG

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Secr. de Agr. de MG

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